outubro 12, 2009

DISLEXIA : Os métodos de "controle da desorientação"



04/07/2004 - 05h28


Livro ensina a controlar sintomas da dislexia

Publicidade

DÉBORA YURI

da Revista da Folha de S.Paulo



Com um único livro lançado no país, "O Dom da Dislexia" (Rocco), o engenheiro americano Ronald D. Davis conseguiu ganhar a desconfiança de boa parte dos especialistas brasileiros. Nele, o autista e disléxico Davis, hoje com 61 anos, defende que o transtorno pode ser um dom e apresenta um programa de exercícios que pretende controlar seus efeitos.



Um dos métodos que criou consiste em ensinar o disléxico a fazer uma lista de "palavras-gatilho" --aquelas que causam confusão em sua mente. "São aquelas que eu não podia traduzir em imagens mentais e, portanto, não conseguia pensar com elas", explica. Em seguida, a pessoa é incentivada a criar, com argila, uma imagem que traduza o significado dessa palavra. "Assim, a pessoa adquire a capacidade de pensar com ela. Um disléxico costuma enxergar as letras tridimensionalmente, como se estivessem flutuando no espaço", diz.



A eficácia de seu tratamento é discutível, segundo alguns especialistas. "O método que ele criou pode ser útil em alguns casos e pode não ser em outros. Mas pela minha experiência, entendo que o tratamento da dislexia funciona melhor se adaptado a cada pessoa", diz Cláudio Guimarães dos Santos, 44, neurocientista da Unifesp. "A dele é mais uma proposta terapêutica, mas não pode ser encarada como a única solução."



Davis fundou, nos EUA, uma associação de pesquisa e apoio a disléxicos e já trabalhou com mais de 1.500 crianças e adultos portadores do distúrbio. A seguir, a entrevista dada por telefone, de Burlingame, Califórnia.



Folha - Como sua dislexia foi diagnosticada?

Ronald D. Davis - Eu fui considerado um retardado mental até os 17 anos, quando fiz um teste de Q.I e marquei 137 pontos, considerado um índice alto. Então, depois de algumas outras consultas, veio o parecer.



O errado não é a pessoa ser disléxica, e sim a forma como a escola tenta ensinar a ela os conteúdos. O cérebro do disléxico funciona de outra maneira.



Folha - Seus pais o ajudaram a vencer o transtorno?

Davis - Meu pai sempre teve vergonha de ter um filho com problemas mentais. Ele me batia constantemente. Dos três aos 13 anos, eu tive 36 ossos quebrados por ele. Já minha mãe foi um anjo para mim. Ela me aceitou como eu era, sem expectativas. Sem o apoio dela, nós não estaríamos tendo essa conversa agora (risos).



Folha - Sua experiência escolar foi muito traumática?

Davis - Eu tinha pavor da escola, morria de vergonha. Eles me mandavam sentar num canto da sala, e eu me sentia emocional e psicologicamente naquele canto o tempo inteiro.



Folha - Como o senhor virou engenheiro?

Davis - Cheguei a freqüentar a Universidade de Utah, mas é impossível se você não consegue ler. Com 20 anos, eu demorava duas horas para ler o que as pessoas "normais" liam em cinco minutos. Estava sempre atrasado nas matérias. Fui para um instituto técnico, em que não havia muita necessidade de leitura, as aulas eram muito práticas e manuais. Aos 25 anos, ganhei meu certificado de engenheiro mecânico e comecei a atuar na área.



Folha - Como percebeu que podia "controlar" a dislexia?

Davis - Disseram que o meu cérebro tinha sofrido algum tipo de lesão e que, por causa disso, eu jamais conseguiria ler direito. Mas eu percebi, enquanto esculpia, que no auge da minha criatividade artística a minha dislexia piorava. Isso mudou a maneira como eu via o distúrbio -se não era estrutural, e sim funcional, eu podia fazer alguma coisa que eliminasse o problema. Eu tinha 37 anos. Então criei um centro de pesquisa e uma associação para ajudar no controle dos sintomas.



Folha - Os métodos de "controle da desorientação" que o senhor explica no livro podem ser aprendidos por qualquer disléxico?

Davis - Meu maior objetivo ao escrever o livro foi ajudar a mãe ou o pai de uma criança que pede "Por favor, não me faça ir para a escola de novo". Esses pais podem aprender esses métodos, assim como um adulto disléxico. A dislexia não tem cura, mas seus sintomas podem ser controlados.

Nenhum comentário:

Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.