outubro 25, 2008

DISLEXIA, as muitas faces de um problema de linguagem


DISLEXIA, as muitas faces de um problema de linguagemAutoria: Clélia Argolo Estill -Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica



—Meu filho foi mal alfabetizado? ele é disléxico?
—Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem?
Problemas de aprendizagem são as múltiplas varetas de um amplo guarda-chuva. Dislexia é apenas uma delas, mas muito especial.
É mais fácil conceituá-la através do que não é do que defini-la pelo que é.
Com toda a certeza não é um problema de inteligência, tampouco uma deficiência visual ou auditiva, muito menos um problema afetivo-emocional. Então o que é ?
Dislexia é uma dificuldade específica de linguagem, que se apresenta na língua escrita.
A dislexia vai emergir nos momentos iniciais da aprendizagem da leitura e da escrita, mas já se encontrava subjacente a este processo.
É uma dificuldade específica nos processamentos da linguagem para reconhecer, reproduzir, identificar, associar e ordenar os sons e as formas das letras, organizando-os corretamente.
É certamente um modo peculiar de funcionamento dos centros neurológicos de linguagem. É frequente encontrar-se outras pessoas com dificuldades semelhantes nas histórias familiares.
Dislexia , não é culpa de ninguém, nasce -se assim.
O importante é aceitar a dislexia como uma dificuldade de linguagem que deve ser tratada por profissionais especializados. As escolas podem acolher os alunos com dislexia, sem modificar os seus projetos pedagógicos curriculares. Procedimentos didáticos adequados possibilitam ao aluno vir a desenvolver todas as suas aptidões, que são múltiplas. Vale relembrar que os disléxicos estão em boa companhia junto a Leonardo da Vinci e Tom Cruise, Einstein e Nelson Rockefeller, Hans Christian Andersen e Agatha Christie, entre muitos outros.
O bom desempenho na leitura provém do equilíbrio entre o desenvolvimento das operações da leitura, decodificação e compreensão, interagindo com os estágios de desenvolvimento do pensamento e da linguagem. É necessário não esquecer a importância dos vínculos afetivos estabelecidos com a aprendizagem. Bons ou maus vínculos são preditivos de sucesso ou fracasso, nesta jornada.
O sucesso da operação inicial de leitura, a decodificação, vai depender da habilidade linguística para transformar um sinal escrito, a letra, num sinal sonoro, o som, e vice-versa.
Associar letras e sons correspondentes, organizar, sequenciar e encadear esta corrente sonora, é o caminho percorrido para se apreender a palavra escrita.
Aqui mora a dificuldade do disléxico.
Quanto mais a leitura e escrita, são necessárias na vida escolar, mais a dislexia se revela, sendo confundida, muitas vezes, com problemas gerais de aprendizagem.
As pessoas com dislexia tem dificuldades de aprendizagem, porque tem dificuldades específicas de linguagem, não por dificuldades emocionais, lógico-operatórias ou sócio-culturais.
As dificuldades de aprendizagem, presentes na dislexia, são alterações decorrentes
das dificuldades específicas no processamento linguístico, que tem a leitura e a escrita como suas ferramentas principais.
O valor da intervenção precoce, no caso de suspeitarmos da presença de fatores disléxicos, fala por si mesma, mas só podemos considerar que alguém é disléxico, após dois anos de vivências leitoras. Antes deste período podemos detectar "dificuldades ou transtornos de leitura", que já necessitam de cuidados especiais, numa postura preventiva.
Há muitos sinais, visíveis nos comportamentos e nos cadernos das crianças, que podem auxiliar aos pais e educadores a identificar precocemente alguns dos sinais preditivos de dislexia. A dislexia pode estar associada à quadros de déficit de atenção (DDA), mas nem todo o déficit de atenção é acompanhado de dislexia. Citamos algumas dificuldades, tais como:
- demora nas aquisições e desenvolvimento da linguagem oral; dificuldades de expressão e compreensão; alterações persistentes na fala;
- copiar e escrever números e letras inadequadamente;
-dificuldade para organizar-se no tempo, reconhecer as horas, dias da semana e meses do ano;
- dificuldades para organizar sequências espaciais e temporais, ordenar as letras do alfabeto, sílabas em palavras longas, seqüências de fatos ;
-pouco tempo de atenção nas atividades, ainda que sejam muito interessantes;
-dificuldade em memorizar fatos recentes - números de telefones e recados, por exemplo;
- severas dificuldades para organizar a agenda escolar ou da rotina diária;
-dificuldade em participar de brincadeiras coletivas;
-pouco interesse em livros impressos e escutar histórias;
É preciso ter uma especial atenção com as crianças que gostam de conversar, são curiosas, entendem e falam bem, mas aparentam desinteresse em ler e escrever. Vale a pena, no caso de crianças leitoras, oferecer um mesmo problema matemático, escrito e oral, e comparar as respostas. Frequentemente encontramos respostas diferentes, corretas na questão oral e incorreta na mesma questão escrita.
A mesma criança que parece não saber resolver um problema matemático por escrito, poderá ter um desempenho surpreendente quando o mesmo problema lhe é apresentado oralmente. Esta situação exemplifica como podemos confundir os sinais - a dificuldade não é na aprendizagem da matemática, mas na leitura.
A pessoa com dislexia não mereceria ser atendida na vida escolar através de seus melhores canais de comunicação— a linguagem oral antecedendo a linguagem
escrita ? É um caso a pensar …
Mas a dislexia não é privilégio das crianças recém alfabetizadas, ou que estão na 1ª/2ª séries.
Há crianças que apesar de todas estas dificuldades, conseguem aprender a ler mas vão carregando a sua dislexia camuflada.
Estas crianças, incompreendidas em suas dificuldades, muitas vezes são vistas como desinteressadas, e cobradas com quantias que não têm como pagar. É quando podem surgir as reações de apatia ou revolta.
Sempre nos dão sinais, é só seguir as pistas para melhor compreendê-los:
-dificuldades nas aquisições lingüísticas: dificuldades em reconhecer rimas e aliterações; vocabulário reduzido; construções gramáticais inadequadas, severa dificuldade para entender as palavras pelo seu significado ;
-dificuldade em fazer cópias, trabalhos e agendas incompletas;
-dificuldade na leitura, lê mas não entende o que leu;
-importantes dificuldades de organização sequencial tempo-espacial; seqüências e rotinas diárias;
-dificuldades em matemática, cálculos e desenhos geométricos;
-grande dificuldade para organizar-se em suas tarefas de vida diária;
-especial dificuldade para aprender uma segunda língua;
-confusões de orientação, trabalhar com dicionários e mapas é mais um complicador.
- alterações de comportamento - agressividade, desinterêsse, baixa auto-estima e até mesmo condutas opositivas-desafiadoras.
Enfim, o disléxico não identificado, pode reagir a tantos obstáculos com comportamentos inadequados, que complicam ainda mais a sua vida.
Mesmo dando tantas pistas, o disléxico pode não ser reconhecido como tal e chegar à vida adulta carregando frustrações que o impedem de tomar conhecimento de suas habilidades, que certamente são muitas.
Felizmente já existem profissionais que estão atentos aos problemas da dislexia e tentando vir ao encontro desta população desassistida, através de associações, com objetivo de ampliar as pesquisas, estudos e oferecer apoio às famílias, escolas e profissionais que atuam junto à estas pessoas portadoras de dificuldades específicas de linguagem escrita - a dislexia.
No Rio de Janeiro já está funcionando a AND - Associação Nacional de Dislexia, uma associação sem fins lucrativos, constituida por profissionais de fonoaudiologia, psicopedagogia, psicologia, que vêm prestando serviços de diagnóstico diferencial às famílias e escolas da comunidade.
Importante é pensar a dislexia como uma modalidade peculiar de processamento da linguagem, o que vem sendo cada vez mais pesquisado pelas ciências neuro-cognitivas, tendo a linguagem como vetor.
A pessoa com dislexia, ou com fatores disléxicos, mereceria ser examinada e acompanhada por profissionais especializados em linguagem, para que não venham a ser confundidos os sintomas de distúrbios na linguagem com distúrbios de aprendizagem.
Vale lembrar —alguém não é apenas a dificuldade que apresenta, esta é só um detalhe de uma paisagem, rica, complexa e bela.


Clélia Argolo Estill
—Vice-presidente da AND - Associação Nacional de Dislexia
— Ex-membro do Conselho Científico da ABPP -RJ
- Associação Brasileira de Psicopedagogia - Rio de Janeiro


Observação: este artigo foi publicado no jornal "OGlobo" - Jornal da Família

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PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL



PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL
.
O QUE É O PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL?
Processamento auditivo se refere aos processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação de eventos sonoros. Estes processos acontecem no sistema auditivo periférico e no sistema auditivo central. É desenvolvido nos primeiros anos de vida, portanto é a partir da experienciação do mundo sonoro que aprendemos a ouvir.

QUAIS SÃO AS HABILIDADES AUDITIVAS CENTRAIS?
• Localização sonora: habilidade de localizar auditivamente a fonte sonora;
• Síntese binaural: habilidade para integrar estímulos incompletos apresentados simultaneamente ou alternados para orelhas opostas;
• Figura-fundo: identificar mensagem primária na presença de sons competitivos.
• Separação binaural: habilidade para escutar com uma orelha e ignorar a orelha oposta;
• Memória: habilidade de estocar e recuperar estímulos;
• Discriminação: habilidade para determinar se dois estímulos são iguais ou diferentes;
• Fechamento: habilidade para perceber o todo quando partes são omitidas;
• Atenção: habilidade para persistir em escutar sobre um período de tempo;
• Associação: habilidade para estabelecer correspondência entre um som não lingüístico e sua fonte.
O QUE SÃO TRANSTORNOS AUDITIVOS?
Acredita-se que o transtorno de audição pode envolver dois aspectos. A perda auditiva, que é um impedimento da capacidade de detectar energia sonora, podendo ser classificada quanto ao grau e quanto ao tipo. A alteração de processamento auditivo que se refere a um transtorno auditivo em que há um impedimento da habilidade de analisar e/ou interpretar padrões sonoros.


QUANDO AVALIAR O PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL?
• Atenção prejudicada
• Dificuldade em escutar em ambiente ruidoso
• Dificuldade de compreender em ambiente ruidoso
• Agitados, hiperativos ou muito quietos
• Fala muito ãh? o quê?
• Prejuízo de memória sequencial auditiva e localização sonora
• Problemas de fala : /l/ e /r/, /s/ e /ch/
• Alterações de escrita e leitura.
• Dificuldades na percepção auditiva


QUAIS SÃO OS PRÉ REQUISITOS PARA AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL ?
Avaliação audiológica básica:
• Audiometria tonal liminar e vocal
• Imitanciometria.

A avaliação do processamento auditivo central deve ser feita após avaliação audiológica básica.
Esta avaliação inicial fornecerá dados sobre as condições de detecção do som através da audiometria tonal liminar, condições de mobilidade do sistema tímpano-ossicular através das medidas de imitância acústica.

COMO É A AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL?
Para avaliar o processamento auditivo central por meio de testes especiais comportamentais utiliza-se estímulos verbais (sílabas, palavras e frases) e não verbais especialmente gravados em CD de modo a permitir a apresentação de sons com distorções. Estes estímulos sonoros são enviados ao indivíduo, que será avaliado, através dos fones de um audiômetro de dois canais acoplado a um “CD player” utilizando uma cabina acústica.

QUAL É O PRINCIPAL OBJETIVO DA AVALIAÇÃO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL?
O objetivo da avaliação do processamento auditivo central é medir a capacidade do indivíduo em reconhecer sons verbais e não verbais em condição de escuta difícil. Desta forma, pode-se inferir sobre a capacidade do indivíduo de acompanhar a conversação em ambientes desfavoráveis; determinar as inabilidades auditivas, ter um parâmetro de medida quantitativo da qualidade da audição e contribuir no diagnóstico e no tratamento de diversos transtornos da comunicação oral e escrita.

O QUE FAZER NAS ALTERAÇÕES DE PROCESSAMENTO AUDITVO?Nas alterações de processamento auditivo a conduta principal é a fonoterapia. O desenvolvimento auditivo verbal envolvendo as habilidades auditivas de atenção seletiva; discriminação dos padrões temporais e de freqüência dos sons da fala; localização; memória; fala e linguagem deve fazer parte do plano de terapia fonoaudiológica. O fonoaudiólogo ao preparar um plano de terapia para as alterações de PAC deve ter como objetivo principal criar condições para que o indivíduo possa se reorganizar quanto aos aspectos envolvidos na comunicação no que se refere a utilização dos fonemas, da prosódia e das regras da língua. Para cada tipo de alteração pode se organizar uma proposta de fonoterapia enfatizando alguns aspectos que deverão ser predominantemente treinados.



QUANDO LIDAMOS COM OS DISTÚRBIOS DA COMUNICAÇÃO HUMANA DEVEMOS CONSIDERAR SEMPRE AS QUESTÕES AUDITIVAS:
QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS.

outubro 14, 2008

Processamento Temporal Auditivo em crianças


Processamento Temporal Auditivo em crianças com transtorno de leitura
Pesquisa realizada na Universidade de São Paulo, entre 2002 e 2004, com a participação de crianças da ABD

Responsáveis:
Fga Mestre Cristina Ferraz Borges
Prof.ª Dr.ª Eliane Schochat
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Atualmente, pesquisas mostram que os transtornos de leitura podem estar relacionados a uma alteração na percepção de estímulos auditivos apresentados de maneira rápida e sucessiva.

Os fonemas, pequenos sons isolados que formam as sílabas, representariam estes estímulos sonoros rápidos, na fala. Assim, a dificuldade da criança estaria em perceber que palavras podem ser decompostas nestes pequenos sons isolados. Esta habilidade, denominada consciência fonológica, é essencial para o domínio do sistema alfabético, na qual os fonemas são mapeados em letras (grafemas). Portanto, o aprendizado desta habilidade, pode ser considerado essencial para o aprendizado da leitura (Temple, 2001) e, ao mesmo tempo, a principal manifestação dos transtornos de leitura e escrita.

Para investigar melhor a relação entre os transtornos de leitura e o processamento temporal auditivo foi realizada pesquisa com crianças disléxicas (ABD) no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Processamento Auditivo do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

As crianças, com diagnóstico concluído de dislexia de grau severo, e idades entre 9 e 12 anos realizaram testes envolvendo leitura, consciência fonológica e processamento temporal auditivo.

Os resultados mostraram que as crianças com dislexia apresentaram pior desempenho, quando comparados ao grupo controle (crianças sem queixas envolvendo leitura), nos três testes aplicados. Além disso, foi encontrada alta correlação entre os desempenhos nos testes de leitura e consciência fonológica.

A partir destes resultados, podemos, portanto, inferir que há uma relação entre a leitura e o processamento temporal auditivo. Assim, é importante que futuras pesquisas, envolvendo métodos de reabilitação, considerem a existência de alterações desta natureza como fazendo parte dos sintomas apresentados por crianças com dislexia.
FONTE DE PESQUISA:http://www.dislexia.org.br/

outubro 13, 2008

Pluck – No Planeta dos Sons


Pluck – No Planeta dos Sons

Um jogo diferente e desafiador para o treino de habilidades auditivas, da leitura e escrita. São 10 jogos crianças de 6 a 12 anos.
Pluck no Planeta dos Sons é um software educativo que além de divertido e desafiador, proporciona à criança o desenvolvimento das habilidades de processamento auditivo (discriminação, memória, atenção seletiva, figura-fundo e fechamento auditivo) e em especial as habilidades de consciência fonológica (análise, adição, segmentação, subtração, substituição, aliteração, reversão e rima).
Desenvolvido por Diana Melissa Faria, fonoaudióloga, este jogo treina os diversos requisitos necessários para o desenvolvimento da leitura e escrita, em crianças de 6 a 12 anos. O jogo conta também com o recurso de estimulação em apenas um ouvido ou em ambos , com ruídos e sons competitivos (ruído, conversa e música), utilizando-se de um fone de ouvido simples. Embarque com o Pluck nesta viagem de sons e faça descobertas fantásticas!


Autora
Diana Melissa Faria, CRFa 8297 - Fonoaudióloga Especialista em Voz e Mestre em Fonoaudiologia Clínica

outubro 12, 2008

outubro 05, 2008

O Desenvolvimento Neurológico e a Aprendizagem na Infância. Aspectos Neuromotores, Cognição e Estimulação


O Desenvolvimento Neurológico e a Aprendizagem na Infância. Aspectos Neuromotores, Cognição e Estimulação

DESENVOLVIMENTO
 “As transformações globais que, incluindo o crescimento (pondo-estatural), a maturação e os aspectos psicológicos, conduzem a adaptações cada vez mais flexíveis”. (Degenszjan, 2002)

NEUROBIOLOGIA DA APRENDIZAGEM
 Sua divisão em partes tem um significado exclusivamente didático, pois as várias partes estão intimamente relacionadas do ponto de vista morfológico e funcional.
 Ele pode ser dividido em partes, levando-se em conta critérios anatômicos, embriológicos e funcionais.

NEUROBIOLOGIA DA APRENDIZAGEM
NEURÔNIOS

 100 bilhões aproximadamente
 Cada neurônio cerebral – 60 mil sinapses
 Cada neurônio cerebelar – 150 mil sinapses
 Cada sinapse – até 100 mil impulsos por segundo (Riesgo, 2006)

CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO
As unidades celulares do sistema nervoso são os neurônios e a neuroglia ou glia. Os neurônios são as unidades funcionais e responsáveis pela condução do impulso. As células da neuroglia proporcionam suporte, reparação e proteção aos neurônios.

Células Nervosas
 Morfologia relativamente simples
 Aproximadamente 1000 tipos diferentes, mas com arquitetura básica comum
 A complexidade do comportamento depende menos da especialização das células nervosas e mais dos circuitos neurais desenvolvidos

SISTEMA NERVOSO CENTRAL: PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO
 O Sistema Nervoso funciona como um processador de informações. Estas chegam ao organismo, veiculadas por diversas formas de energia.
Potencial Sináptico – os neurotrasmissores liberados na fenda sináptica entram em contato com receptores específicos na membrana pós-sináptica  transformar a energia química em energia elétrica  mudando o potencial de repouso da célula.

NEUROTRANSMISSORES
 Sistema dopaminérgico correlacionado aos mecanismos de recompensa e de regulação da resposta motora.
 Sistema noradrenérgico controla o estado de alerta, a atenção, orientações seletivas e estimulação sensorial.


APRENDIZADO E MEMÓRIA

Informação conhecida – SNC – gera uma lembrança (memória)

“ (...) para a aprendizagem se efetivar, é
necessário levar em conta o aluno em sua
totalidade, retomando a questão do aluno
como um sujeito socio-cultural, aceitando que sua
cultura, seus sentimentos, seu corpo, que são
mediadores no processo de ensino e
aprendizagem.” (DAYRELL, 1999).

APRENDIZAGEM
INTEGRIDADES BÁSICAS

Três níveis de funções
 Psicodinâmicas: controle e integridade psicoemocional
 S.N.Periférico: receptores sensoriais
 S.N.Central: armazenamento, elaboração e processamento da informação

AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA
Diagnósticos que “rotulam” e interferem na dinâmica da criança.

Desgaste da estrutura familiar e falta de credibilidade nos profissionais efetivamente especializados.

DESENVOLVIMENTO NORMAL
Desenvolvimento físico, sensorial, motor, social, da comunicação e cognitivo

TRÊS PROBLEMAS:
Tentar saber a causa da alteração do desenvolvimento
Delimitar precisamente qual o tipo de alteração do desenvolvimento
Criar as estratégias necessárias para o tratamento

TRANSTORNOS DAS HABILIDADES ESCOLARES
Achados do indivíduo em testes padronizados e individualmente administrados de leitura, matemática ou expressão escrita estão substancialmente abaixo do esperado para a sua idade, escolarização e nível de inteligência.

DISTÚRBIO DE LEITURA E ESCRITA
Aprender a ler e escrever são atividades complexas que se desenvolvem na interação social para a criança construir a escrita. Esta construção é feita pela formulação e reformulação de hipóteses, por meio de práticas discursivas, em casa ou na escola, favorecem o aprendizado da leitura e escrita.


DISLEXIA
Dificuldade na leitura e na escrita por inabilidade de associar letras com os sons que elas representam. É uma incapacidade de ler, por exemplo, compreendendo o que foi lido.

BREVE HISTÓRICO
 1800 – Primeiras pesquisas
 1872 – Berlim – 1a vez uso termo dislexia
 1945 – Laureta Bender- pesquisas dislexia adquirida
 1950 – Hallgério – dislexia específica
 1970 – Vellutino – estudo da lingüística
 1990 – estudos de aspectos genéticos

DISLEXIA DO DESENVOLVIMENTO
Distúrbio neurológico de origem congênita que acomete crianças com potencial intelectual normal, sem déficits sensoriais, com suposta instrução educacional apropriada, mas que não conseguem adquirir ou desempenhar satisfatoriamente a habilidade para leitura e ou escrita.
(Word Federation of Neurology, 1968)

DISLEXIA
Associação Internacional Dislexia (2002) – define a dislexia como: “distúrbio específico de linguagem, constitucional (neurológico), de origem genética, caracterizado pela dificuldade de decodificar palavras simples, resultando em problemas como dificuldade de leitura e de aquisição de linguagem, além de falhas na capacidade de ler e soletrar”.

DISLEXIA
Transtorno de leitura, em que a comunicação escrita está comprometida, podendo estar afetado também: o cálculo; a linguagem oral; a atenção; a memória e a integração perceptivo-motora. (DSM IV-TR, 2000)

DISLEXIA NO BRASIL
Testes inadequados são utilizados
Critérios diagnósticos não são apropriados
Profissionais não especializados

ETIOLOGIA DAS DISLEXIAS
Risco genético
“...a dislexia é de origem familial quando presente em cerca de 35% a 40% dos parentes de primeiro grau são afetados e herdada quando ocorre hereditariedade em 50% dos afetados de uma mesma família.”
Base genética:
Cromossomos 2, 3, 6, 12,15 e 18 e gene KIAA0319
Transmissão autossômica dominante


ETIOLOGIA DAS DISLEXIAS
Base neurológica:
Discrepância bilateral no tamanho do plano temporal;
Deficiência no desenvolvimento da dominância do hemisfério esquerdo;
Anormalidades citoarquitetônicas no plano temporal esquerdo – migração dos neurônios – dano fetal.

BASE NEUROLÓGICA DA DISLEXIA
Malformações corticais e subcorticais (metade da gestação) – problemas de migração celular
Áreas de processamento fonológico
(região têmporo-occiptal e corpo geniculado lateral e medial)

DISLEXIAA dificuldade central do quadro seria reflexo de uma deficiência dentro de um componente específico do sistema de linguagem, o módulo fonológico, que é responsável pelo processamento dos sons e da fala.

ETIOLOGIA DAS DISLEXIAS
Anomalias de migração celular que afetam a região perisilviana – hemisfério esquerdo;
Diferenças anatômicas nos cérebros de indivíduos do sexo masculino e feminino quanto a: simetria do plano temporal; anomalias de desenvolvimento do córtex cerebral e do corpo geniculado lateral e medial; ectopias; microgiria (região pré-frontal inferior), região subcentral, região parietal, giro angular e supramarginal, giro temporal posterior e superior e região têmporo-occipital.

DISLEXIA
1- giro temporal superior posterior (área de Wernicke).
2- giro angular (área 39 de Brodmann).
3- córtex estriado (área 17 de Brodmann).
4- giro frontal inferior (área de Broca).
5- marginalmente, as áreas 46, 47 e 11 de Brodmann

SINAIS
 atraso no desenvolvimento fala e linguagem;
 histórico familiar;
 dificuldades de leitura e de escrita;
 não compreende o que escreve;
 escrita bizarra;
 confusão de letras com diferente orientação espacial (p-q, b-d);
 Confusão de letras com sons semelhantes (t-d, f-v);
 Inversões de sílabas ou palavras (par-pra);
 Substituições de palavras com estrutura semelhante;
 Omissão, adição ou repetição de letras ou sílabas;
 dificuldades rimas- canções;
 falta coordenação motora fina e/ou grossa;
 falta coordenação mão e olho;
desatenção e dispersão;
disgrafias;
desorganização geral (tempo e espaço), desengonçado;
fraco senso de direção (dir/esq), mapas, dicionários;

ENCAMINHAMENTOS HABITUAISDiferença na ativação cerebral de áreas nos dois hemisférios entre uma criança disléxica e um leitor normal

DISLEXIA
Ian Smythe (2007):

1- “Uma dificuldade de aquisição das habilidades de leitura, e que sua origem é neurológica”.
2- “Somente através do desenvolvimento de apropriados programas de ensino individualizados (IEP) será possível apoiar o disléxico individualmente. A operacionalização por meio da definição e modelos cognitivos podem gerar uma base consistente, baseada em evidências científicas, garantindo assim uma identificação e intervenção adequada para todos os disléxicos de forma individual”.


LDB:
definição da formação mínima de professores para o exercício da educação infantil, em nível médio, na modalidade Normal (Art.º 62), em cujo currículo deve-se incluir a educação de alunos especiais.
Os educandos com necessidades educacionais especiais são os que demonstram “dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos, a saber: aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica e, segundo, aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências” (Resolução n.2 de 11 de setembro de 2001, Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Básica, art.5º. Ia, Ib).

TRATAMENTO
Orientações para os pais e
para a escola
Terapias Multidisciplinares
Medicamentos para as comorbidades


Dr Rubens Wajnsztejn
Telfax: (11) 4330-4487 cel: (11) 9179-6889


“Quando a gente pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”.
FONTE DE PESQUISA>:
http://www.futuroeventos.com.br/arquivos/atividades/slides_pr.htm

O uso do termo “dislexia” tem, ao longo do tempo


Dislexia
10/01/2008
Jaime Zorzi (Revista Aprendizagem, 1ª edição.)

"Ler e escrever corresponde a fatores fundamentais para a garantia do desenvolvimento escolar, uma vez que é sobre tais capacidades que se assentarão as futuras aprendizagens. Qualquer dificuldade no processo de aquisição da escrita pode privar a criança de ter acesso a uma série de conhecimentos e, conseqüentemente, prejudicar sua evolução escolar,. Isso acaba por causar danos evidentes que também se manifestarão, tanto no plano afetivo quanto social."

Uma diversidade de causas têm sido descritas por aqueles que se dedicam a estudar tal problema.
Tradicionalmente, algumas das razões mais amplamente divulgadas dizem respeito a déficits visuais, auditivos e neurológicos, ao domínio pouco desenvolvido de fala e da linguagem, a problemas gerais de saúde, à imaturidade, a fatores emocionais, familiares e sociais. Atualmente, têm-se apontado também para a questão da inadequação de certos métodos escolares e da postura pouco estimulante de muitos professores.

Entretanto, e de forma até mesmo desafiadora para nossa compreensão, diversas crianças consideradas como portadoras de um distúrbio de leitura-escrita não apresentam, aparentemente, relação com nenhuma das causas acima citadas.
Elas possuiriam, teoricamente, todos aqueles requisitos tidos como necessários para uma aprendizagem favorável: boas condições familiares, sociais e econômicas, oportunidades escolares adequadas, nível normal de inteligência, ausência de comprometimentos físicos e/ou emocionais significativos. Apesar de apresentarem uma situação desse tipo, tais crianças enfrentam dificuldades para dominar a escrita e a leitura, sem que nenhuma das causas tradicionalmente aceitas possa ser seguramente relacionada ao seu problema.

O termo “dislexia”, ou “dislexia do desenvolvimento”, tem sido tradicionalmente empregado para procurar descrever aquelas crianças que, mesmo sem motivos mais evidentes, não conseguem se desenvolver, sem maiores problemas, no que diz respeito ao aprendizado da leitura-escrita.
Embora inicialmente tenha sido empregada para dar conta dos problemas de leitura, tal noção acabou englobando também problemas relativos à escrita, principalmente em relação à ortografia. Dislexia refere-se, portanto, às inabilidades ou dificuldades para o aprendizado da leitura-escrita, tendo como possível causa uma disfunção de áreas cerebrais responsáveis por habilidades necessárias para que tal aprendizagem possa ocorrer de modo satisfatório.

O uso do termo “dislexia” tem, ao longo do tempo, gerado muita confusão e controvérsia.
Os primeiros pesquisadores do problema começaram empregando expressões como cegueira verbal, estrefossimbolia, legastenia, entre outros conceitos, para se referirem a diversas alterações observadas quanto ao domínio da leitura-escrita. Porém, definida em termos muito genéricos, a noção de dislexia sofreu uma supergeneralização, aplicando-se, muitas vezes, a toda e qualquer alteração observada nas crianças, quaisquer que sejam as causas ou características de tais alterações.
Distúrbios de aprendizagem de diversas ordens, que podem afetar a leitura e a escrita de diferentes maneiras, passaram a ser sinônimos de dislexia. Porém, parece ter passado despercebido que, se por um lado ela pode ser considerada como um tipo particular de distúrbio de aprendizagem, por outro, estes não se limitam à dislexia.
Do ponto de vista científico, falta um consenso ou uma compreensão mais detalhada do que pode vir a ser, de fato, a dislexia. Temos encontrado definições que abrangem, desde problemas específicos de inversão da ordem das letras dentro de uma palavra, até grandes dificuldades para compreender e memorizar um texto lido.

No Brasil, infelizmente, não conseguimos fugir de tal tendência supergeneralizadora. À medida que essa noção se popularizou e começou a ser empregada nas escolas, e mesmo em termos de conhecimento de senso comum, a dislexia passou a ser considerada, com muita freqüência, como uma “doença”.
Pior do que isso, ela costuma ser vista como um mal incurável, sem solução. Os comportamentos dos disléxicos tendem a ser analisados em função do problema que apresentam, levando-os a serem tratados, muitas vezes, como incapazes. E essa é uma das piores atitudes que pode haver em relação a alguém que, por algum motivo, vem apresentando, especificamente, uma dificuldade em maior ou menor grau para assimilar ou dominar o sistema de escrita. Além do mais, tais dificuldades podem ser, via de regra, superadas ou minimizadas a partir de trabalhos planejados e desenvolvidos adequadamente, principalmente quando se conta com a participação e colaboração da escola.
Podemos observar que, quanto mais avançam os conhecimentos acerca dos processos envolvidos na aquisição da leitura-escrita, assim como a respeito das condições que são desfavoráveis para tal evolução, maior é a precisão com que a noção de dislexia tem sido empregada. Temos aprendido que é possível analisar, na história da criança, na avaliação clínica, assim como nas circunstâncias atuais de sua vida, uma somatória de fatores que podem ter uma forte correlação com as limitações apresentadas, e assim trabalhar no sentido de eliminá-las ou minimizá-las. Para tanto, a compreensão do que é a dislexia e o estabelecimento de uma parceria sólida entre escola, criança, família e especialista, constituem a base para as melhoras que devem ser buscadas. *

Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

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COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.