junho 15, 2011

Perguntas Frequentes sobre Dislexia e Distúrbios de Aprendizagem.




O que são distúrbios de aprendizagem?


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Considera-se distúrbio de aprendizagem (DA) uma falha na aquisição seja da leitura, da expressão escrita e/ou da matemática causada por disfunção neurológica. Isto é, o indivíduo embora seja inteligente e tenha tido boas oportunidades escolares, apresentará dificuldade na aquisição e desenvolvimento de seu processo geral de aprendizagem, nas áreas da leitura, da escrita e/ou da matemática, devido a fenômenos de sua natureza decorrentes de prejuízos funcionais, supostamente do SNC (sistema nervoso central).

(Tânia Freitas)

Como posso diferenciar um distúrbio de aprendizagem de uma dificuldade escolar?

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O DA – Distúrbio de Aprendizagem se configura como deficiências na esfera da leitura, escrita e matemática, causadas por disfunções neurológicas. Já a DE – dificuldade escolar se caracteriza por questões originadas pelo meio educacional e familiar. Um indivíduo poderá apresentar dificuldades escolares por ineficiências de métodos, pela inadequação da escola e/ou pela pouca capacitação dos educadores, assim como escassa possibilidade motivacional da família ou dele próprio.

(Tânia Freitas)

Toda criança que apresenta dificuldade na leitura é disléxica?

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Não. Nem toda criança que apresenta dificuldade para ler ou compreender o que lê, para codificar ou para produzir textos por escrito é portadora de dislexia. Há problemas de ordem sócio-culturais, que vão desde o pouco favorecimento familiar à inadequação de métodos que podem ocasionar estas dificuldades na área da linguagem. A dislexia é um dos transtornos de aprendizagem e é rara em comparação às dificuldades escolares que se apresentam em nossos bancos acadêmicos.

(Tânia Freitas)

Afinal, o que é dislexia?

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É um dos distúrbios de aprendizagem, de origem neurobiológica, caracterizada por ineficiência na esfera da linguagem, como dificuldades na decodificação, soletração e fluência na leitura das palavras e deficiências na codificação e fluência ao redigir, apesar de adequada instrução formal recebida, da normalidade do nível intelectual e ausência de déficits sensoriais e transtornos psiquiátricos como causas primárias. Desta forma, são excluídos os casos de indivíduos de inteligência limítrofe, de baixa estimulação sóciocultural, inadequações pedagógicas e questões de natureza emocional.

(Tânia Freitas)

Quando posso considerar alguém disléxico?

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Considera-se disléxica, a criança que apresente nível intelectual normal, tenha favorecimento familiar e escolar, não apresente transtornos psiquiátricos, nem déficits perceptivos de base. Considera-se disléxica, a criança que apresente defasagem de pelo menos dois anos após o início de seu processo de alfabetização e que manifeste essencialmente dificuldades para adquirir o processo de leitura e escrita. Considera-se disléxico o indivíduo que passa por avaliação neuropsicológica, psicopedagógica e fonoaudiológica e os resultados acusam déficits instrumentais nas áreas responsivas pela linguagem, pela leitura e pela escrita.

(Tânia Freitas)

Quais são os sinais mais expressivos da dislexia?

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Os sinais mais expressivos são as dificuldades específicas que o indivíduo apresenta para ler (desde a decodificação à compreensão e interpretação crítica do conteúdo) e a ineficiência para escrever (seja no grafar corretamente, seja na dificuldade para produzir textos, ao transpor suas idéias no papel respeitando os manejos gramaticais exigidos).

O disléxico é aquele indivíduo que por mais esforçado que seja não lida bem com a linguagem, demonstra um vocabulário pobre, sempre pergunta o significado das palavras e por vezes não nomeia os objetos, pessoas, etc. Lembra-se da função, mas não do nome.

A aquisição da leitura é lenta em relação aos colegas da sala de aula e sempre com muita dificuldade. Ele canaliza toda a atenção e energia para o ato mecânico de decodificar (traduzir os códigos), porque não automatizou o processo. Com isso a atividade lhe é cansativa e frustrante. A leitura oral é entrecortada, silabada, sem fluência, nem entonação adequadas. Pode cometer trocas visuais (a/o; e/a; m/n; b/d; p/q, etc.) e auditivas (b/p; f/v; c/g; ch/j, etc.) não mais esperadas pela faixa acadêmica e etária, além de omissões e/ou migrações silábicas ou fonêmicas, ou aglutinações e separações de palavras também não mais esperadas.

O disléxico mesmo quando tem uma leitura mais eficiente, ainda apresentará dificuldades para compreender o texto lido. Entende melhor quando leem para ele, ou precisa ler várias e várias vezes para ter uma compreensão razoável.

A expressão escrita também é fonte de dificuldades, desde o grafar, seja na cópia, no ditado até na expressão espontânea (produção de textos). Ele não armazena a ortografia das palavras o que lhe confere pouca eficiência para codificar, fazendo com que cometa trocas também na escrita, tais como: (auditivas) b/d; f/v; c/g; b/p, etc. e (visuais) a/o; a/e; b/p; g/q; m/n/w,etc, omissões e migrações de letras ou sílabas, aglutinações e separações de vocábulos.

Ao produzir textos o faz sem elaborar de forma adequada suas idéias, manifestando muita dificuldade neste aspecto. É comum o disléxico dizer: “eu sabia todas as respostas da prova, mas não conseguia colocá-las no papel”.

(Tânia Freitas)

Podemos enumerar os sinais precoces da dislexia, ou seja, antes da criança iniciar na escola?


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Sim. Pode-se pesquisar a existência dos sinais sugestivos de dislexia através do histórico evolutivo da criança, como por exemplo: a observação de parentes com sinais semelhantes de dificuldades escolares (antecedentes familiares) ou se há parentes portadores do transtorno e demais sinais como: atraso na aquisição da linguagem oral, dificuldade para nomear os objetos, dificuldades para aprender cantigas e brincadeiras vocabulário pobre, dentre outros.

(Tânia Freitas)

Quais os sinais evolutivos que o disléxico apresenta nas várias faixas etárias?

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Observa-se que a criança desde os primeiros anos de sua vida escolar demonstra dificuldades na alfabetização: a aquisição da leitura e da escrita é custosa e mais lenta que o esperado para sua idade. Ela comete trocas, omissões, migra letras ou sílabas tanto quando lê, quanto ao escrever. Gasta sua atenção e energia na tarefa de traduzir a palavra expressa, assim quando chega ao final da frase já se esqueceu do que leu, não atingindo o objetivo que é a compreensão. Mais tarde apresenta melhora na automatização destas habilidades, mas continua e acentua a ineficiência da compreensão ao ler. Quando jovem espera-se que leia, compreenda e interprete criticamente livros, mas ele não consegue corresponder a estas atividades.

O mesmo ocorre com a possibilidade de se expressar por escrito, ou seja, em princípio a dificuldade se manifesta na aquisição do ato de grafar, a criança apresenta dificuldades na alfabetização, que é sempre mais lenta e comete muito mais erros que seus colegas, seja na cópia, no ditado ou na escrita espontânea, cometendo erros como: trocas, migrações de letras ou de sílabas, aglutinações e separações de palavras. Mais tarde melhora na escrita mecânica, mas permanecem as dificuldades para produzir textos, para se expressar por escrito, principalmente no Ensino Médio e no Superior, quando é exigido que produza textos dissertativos o que para o disléxico é muito difícil.

(Tânia Freitas)



Como é feito o diagnóstico de dislexia?

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Através de equipe multidisciplinar (formada por neuropsicólogo, psicopedagogo e fonoaudiólogo), que por meio do histórico do avaliando e bateria de testes que objetivarão entender como este indivíduo funciona, quais são suas habilidades instrumentais e quais são suas deficiências. A seguir estes profissionais se reúnem, discutindo e analisando os resultados encontrados e chegam ao diagnóstico. Caso achem ser necessário podem solicitar exames complementares, que auxiliam na conclusão do caso.

(Tânia Freitas)

Podemos diagnosticar um adulto?

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Sim. Um adulto pode se beneficiar de investigações da mesma forma que as crianças. A avaliação é feita por equipe multidisciplinar, entretanto o cuidado que os profissionais da área da linguagem devem tomar é na especialização, não somente na área da dislexia, mas em avaliar adultos, com testes específicos e adequados à faixa etária e acadêmica deles.

(Tânia Freitas)

Qual o tratamento para os portadores de dislexia?

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Os tratamentos convencionais são: psicopedagógico e fonoaudiológico, ou seja, aquele profissional habilitado e especializado em dislexia. Em princípio o disléxico precisa ser reabilitado nas áreas que foram apontadas na avaliação como prejudiciais ao desenvolvimento de sua aprendizagem. O psicopedagogo é o profissional habilitado para alfabetizá-lo (utilizando métodos e estratégias adequadas ao seu caso específico, resgatando as ineficiências instrumentais que o impedem de adquirir eficientemente a leitura e a escrita), bem como desenvolver com o disléxico organização e disciplina para os estudos. O fonoaudiólogo vai atender as questões mais relativas à linguagem oral e às alterações do processamento auditivo, auxiliando o psicopedagogo e interagindo com ele na aquisição e desenvolvimento da leitura e da escrita do portador.

Por vezes são necessários outros atendimentos para associações de transtornos que porventura houver, por exemplo: psicoterapia, caso o disléxico apresente problemas afetivo-emocionais (psicólogo ou psicanalista), ou tratamento psiquiátrico e/ou neurológico se apresentar problemas mentais e/ou neurológicos associados (sendo estes dois últimos tanto o diagnóstico quanto o tratamento da responsabilidade da área médica).

(Tânia Freitas)



É possível tratar o disléxico adulto?

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Sim. É perfeitamente possível um disléxico adulto passar por tratamento e através dele reabilitar seus déficits instrumentais. Resgatar e desenvolver as habilidades da linguagem oral, da leitura e da escrita. Não importa a idade, sempre se pode melhorar e se tornar alguém mais eficiente na utilização destes requisitos. Temos casos de estudantes universitários das áreas de direito, jornalismo, biologia, administração, publicitários e outras que não conseguiam acompanhar a classe e que com o atendimento se desenvolveram, resgataram suas ineficiências e criaram estratégias que os auxiliaram na condução de seus estudos.

O mesmo acontece com os profissionais já formados que encontram dificuldades para redigir relatórios ou conduzir uma reunião, e ainda manifestam dificuldades para compreender o que leem, para redigir e para se organizar de forma adequada. Foi possível instrumentalizá-los para que pudessem exercer suas funções satisfatoriamente e com mais eficiência e produtividade.

(Tânia Freitas)

Meu filho não consegue prestar atenção, o que acontece?

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A instabilidade de atenção pode ocorrer advinda de vários motivos, dentre eles podemos destacar como sendo mais comum para o disléxico, pela própria dificuldade no aprendizado da leitura e escrita ou pelas frustrações vivenciadas ao longo de sua vida que o desencorajam a se vincular ao ato de aprender levando-o à distração.

Outra causa da desatenção seria a alteração no processamento auditivo, exame que avalia os processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação dos estímulos sonoros. São crianças que desde pequenas parecem não ouvir ou não entender quando se fala com elas, acabam sendo mais distraídas pela própria ineficiência do cérebro em processar adequadamente os estímulos auditivos.

É comum ainda a associação da dislexia com outro transtorno: TDAH- transtorno e déficit de atenção (com ou sem hiperatividade). Neste caso teremos uma instabilidade atencional causada por desequilíbrio neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o portador por toda a sua vida. Este transtorno se caracteriza por sintomas de desatenção, e/ou agitação e impulsividade e por vezes é chamado de DDA (distúrbio do déficit de atenção).

(Tânia Freitas)



TDAH o que vem a ser este transtorno?

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TDAH- transtorno e déficit de atenção (com ou sem hiperatividade). Neste caso temos indivíduos que apresentam instabilidade atencional causada por desequilíbrio neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o portador por toda a sua vida. Este transtorno se caracteriza por sintomas de desatenção, agitação e impulsividade e por vezes é chamado de DDA (distúrbio do déficit de atenção).

Há dois tipos principais que deflagram este transtorno: o predominantemente desatento (TDA), que acomete mais o sexo feminino. São os que vivem no “mundo da lua” permanecem distraídos quase o tempo todo, são imaginativos, inteligentes, mas não conseguem focar sua atenção em atividades menos estimulantes a eles. O segundo grupo são os “hiperativos”, os chamados “bichos carpinteiros”, não conseguem parar quietos, são desastrados, impulsivos e também não conseguem manter-se concentrados em atividades desinteressantes.

Vale ressaltar que o diagnóstico destes transtornos é da alçada dos neurologistas e psiquiatras (embora as avaliações neuropsicológicas e psicopedagógicas levantem essa hipótese).

(Tânia Freitas)

Que consequências os portadores de dislexia ou de outro distúrbio de aprendizagem podem ter?

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As consequências para os portadores de transtornos funcionais, o disléxico, por exemplo, são desastrosas. Ele terá uma defasagem em seu processo de aprendizagem no geral, defasagem essa que cada dia mais se agrava, pois suas ferramentas básicas para adquirir educação formal encontram-se deficitárias. E cada dia menos ele acompanha os colegas, sofre punições por parte dos professores e família (que o veem como preguiçoso e irresponsável) o que acaba por minar sua autoconfiança.

O disléxico sofre retaliações severas em muitos casos, reprovações, mudanças sistemáticas de escolas, sempre fica de recuperações e seus resultados não correspondem ao seu esforço. Ao longo dos anos essas vivências são responsáveis pela baixa estima que desenvolve e ele passa a duvidar realmente de sua capacidade cognitiva.Toda esta situação causa-lhe grandes sofrimentos e prejuízos em sua vida.

Na literatura há relatos de disléxicos que desenvolvem patologias mais severas como depressão, ou tornam-se dependentes de tóxicos.

(Tânia Freitas)

Que outros transtornos de aprendizagem existem?

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Considerando que distúrbio de aprendizagem (DA) é uma falha na aquisição seja da leitura, da expressão escrita e/ou da matemática causada por disfunção neurológica, podemos ter os seguintes tipos: na leitura, a dislexia; na escrita, a disgrafia e a disortografia, e na matemática, a discalculia.

(Tânia Freitas)

O que é disgrafia?

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Disgrafia é um transtorno de escrita, de origem funcional, que surge na criança que possua escolaridade satisfatória, desenvolvimento emocional adequado e que não apresentem problemas ocasionados por lesões cerebrais.

É uma incapacidade do indivíduo para gravar o “desenho” da letra, ao tentar evocar o traço, o faz muito lentamente, sendo seus traços muito irregulares que mostram sinais de dificuldades visuomotoras.

Os sinais mais significativos de disgrafia são: lentidão para escrever; má organização espacial na página; traçado de letra irregular, letra por vezes ilegível, sem identidade definida, com alteração de forma e tamanho (muito grande ou muito pequena ou intercaladas); choque entre as letras; texto desordenado; espaços entre as linhas e palavras irregulares; pressão exagerada ao grafar (força muito o lápis no papel); preensão inadequada (pega errado o lápis/caneta); ritmo inadequado (muito rápido ou lento); normalmente se cansa ao escrever; desenhos e cópias de figuras geométricas mal traçados, sem planejamento ou noção de proporcionalidade, uso inadequado do espaço na folha ao montar contas, etc.

(Tânia Freitas)



O que vem a ser disortografia?

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A disortografia pode ser definida como o conjunto de erros da escrita que afetam a palavra, mas não o seu traçado ou grafia. É a incapacidade que o indivíduo manifesta para grafar adequadamente os vocábulos ao fazer a correspondência entre o som (fonema) e o símbolo escrito (grafema), cometendo trocas visuais (letras com traçado visual semelhante, ex: a/o/e; m/n; b/d; p/q, etc), auditivas (letra com semelhanças sonoras, ex: f/v; c/g; b/p; ch/j, etc), adições, inversões, junções e separações.
Importante ressaltar que até o terceiro ano do Ensino Fundamental I, é natural que as crianças façam confusões ortográficas, já que estão em fase de alfabetização e ainda não dominaram a relação dos sons com as suas representações gráficas totalmente. Essas trocas são maturativas, isto é são normais.

(Tânia Freitas)

O que é discalculia?

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Discalculia é um dos transtornos de aprendizagem na área da matemática, causado por disfunções neurobiológicas, que afeta a habilidade com os números.

É um transtorno onde o indivíduo apresenta dificuldades com as operações e conceitos matemáticos, dificuldade para decorar tabuada e fórmulas, para realizar sequências numéricas e contagem e poder cometer trocas de números e de sinais.

Pode-se caracterizar um indivíduo discalcúlico (portador de discalculia) quando tiver inteligência normal e tido oportunidades escolares adequadas.

(Tânia Freitas)

Qual a melhor escola para meu filho disléxico?

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A melhor escola é aquela que apresenta estrutura para atender o aluno disléxico em suas necessidades especiais. É fundamental que mantenha sua equipe em contínua capacitação e treinamento sobre os distúrbios de aprendizagem a fim de que os professores possam criar estratégias e métodos mais adequados à aprendizagem do disléxico, e que mantenham interação entre o trinômio: escola-profissionais-família.

(Tânia Freitas)



A dislexia pode ser adquirida?

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A dislexia adquirida tem causas diferentes da dislexia do desenvolvimento. Um indivíduo que foi alfabetizado sem problemas, lê e escreve sem dificuldades e perde estas habilidades após sofrer alguma lesão, resultado de traumatismo craniano, ou qualquer doença neurológica que afetem a área cerebral responsável pela linguagem, leitura e escrita, será portador da dislexia adquirida. É uma dislexia com história clínica diferente da dislexia de desenvolvimento, que é hereditária e nasce com a pessoa.

(Tânia Freitas)



Matemática é mesmo muito complicada?

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Tudo dependerá do contexto em que está sendo apresentada, incentivada e trabalhada com o educando. Há alguns mitos que devem ser destruídos quando se fala de Ma temática. Coisa de gente muito inteligente; algo que somente quem tem facilidade com as "ciências exatas" consegue entender; ciência superior às demais; conhecimento fora de nossa realidade diária...

Nada disso corresponde à verdade. A Matemática é uma das muitas criações humanas, em nosso caminho pela sobrevivência e emancipação. As pessoas têm inteligência suficientemente apropriada para tratar a Matemática, pois fo i o cérebro humano quem criou as bases, a linguagem e os procedimentos. Nada mais humano que a Matemática. Facilidade ou não com ciências "exatas", biológicas ou coisas do gênero, irá depender de nosso envolvimento com este ou aquele ramo do saber. O problema é que familiares, amigos e outras pessoas - sempre interessadas em ajudar - vão criando certos tabus na cabeça das crianças, e, quando estas são apresentadas à Matemática, não conseguem articular tudo aquilo que seria possível. Também, não é possível aceitarmos qu e esta ou aquela ciência possa ser superior às demais. O ser humano construiu uma rede de saberes que o colocam vivo e atuante no mundo. E nada pode ser considerado supérfluo, descartável ou mais importante. Outro ponto essencial é o fato de ser a Matemática, assim como a propria língua mãe, algo presente em nossas vidas. Ninguém consegue viver dignamente sem dominar a língua de seu país, nem sem saber tratar números e formas geométricas.

(Prof. João Luiz)

A Geometria é a parte mais difícil da Matemática?

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A Geometria está presente em nosso cotidiano. Sempre estamos nos envolvendo com formas diferentes e tendo que nos organizar, deslocar e discorrer, tendo em vista as figuras geométricas que encontramos. O problema é que não nos damos conta disso a todo instante. Só vamos perceber a existência de Triângulos, Círculos e demais formas quando vamos estudá-los formalmente. Aí, todos os fantasmas vêm, como um verdadeiro exército, nos torturar e am edrontar. Para se aprender Geometria basta observar e abstrair: duas faculdades humas - demasiado humanas.

(Prof. João Luiz)

A melhor forma de se aprender Matemática é com exemplos ligados à economia?

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Para muita gente, pode ser. afinal, tratamos dessas questões sempre, pois compramos, vendemos, programamos viagens etc. Porém, considero muito agradável mostrar aos alunos como a Matemática é linda. As propriedades dos números e d as formas geométricas só não encantam quem estiver muito amedrontado ou quem perdeu toda sua sensibilidade, com interesses frios e puramente funcionais. A matemática é a poesia da natureza, escrita em tinta invisível, que podemos descobrir e decodificar todos os dias. As proprias obras de arte dependem - e só constituem beleza - graças à Matemática. Afinal, o que seria dos poemas sem uma métrica, um rítmo. E as artes plásticas? Se as formas que compôem um quadro não são articuladas, onde se encontrar beleza?

(Prof. João Luiz)

Depois de uma certa idade, não se aprende mais Matemática?

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Mito! Estamos aptos a aprender enquanto vivemos. A Matemática, assim como a arte de cantar são alguns dos ingredientes que fazem a vida mais doce e feliz. então, nunca é tarde para aprender. O será que perdemos, em algum momento, nossa vontade de viver mais e melhor?

(Prof. João Luiz)




FONTE DE PESQUISA: http://www.abcdislexia.com.br/perguntas-frequentes.htm

Deputada Federal Mara relata PL sobre tratamento da Dislexia.


Projeto de lei dispõe sobre o diagnóstico e o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Dislexia na educação básica



Integrante da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi designada relatora do projeto de lei 7.081/2010, que dispõe sobre o diagnóstico e o tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Dislexia na educação básica.

De autoria do Senador Gerson Camatta (PSDB-ES), o projeto de lei foi apresentado em abril de 2010 para apreciação das comissões, e tem como objetivo a manutenção, pelo poder público, de um programa de diagnóstico e tratamento de estudantes de educação básica com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Dislexia. Isso se dará por meio de uma equipe multidisciplinar, da qual participarão, entre outros, educadores, psicólogos, psicopedagogos, médicos e fonoaudiólogos.

Como relatora, Mara tem a função de analisar o projeto de lei e emitir um parecer sobre o tema. Neste parecer, indicará quais as razões jurídicas ou de mérito que servem para aprovar ou reprovar um projeto de Lei. Além disso, caberá acatar ou rejeitar emendas ao projeto sob seu exame, apresentadas por outros parlamentares.

“As crianças e adolescentes com dislexia e TDAH possuem um jeito de ser e de aprender que é único e individual. Muitas vezes são mentes geniais, mas que aprendem de maneira diferente. Por isso, é fundamental que as escolas assegurem a essas crianças o acesso aos recursos didáticos que atendam suas necessidades, ou seja, adequados ao desenvolvimento de sua aprendizagem”, afirma a deputada.

As entidades defensoras da causa comemoraram a escolha de Mara como relatora, por se tratar de uma parlamentar comprometida com a inclusão e que lutará pela aprovação do projeto.


Acessibilidade nas Escolas

Mara Gabrilli também foi designada relatora do PL 772/2011, de autoria da Deputada Rosinha da Adefal (PCdoB), que propõe a inclusão do tema acessibilidade nos currículos do ensino fundamental e médio.

O projeto de lei caminha em tramitação conclusiva nas Comissões da Câmara dos Deputados, quando os projetos são apreciados somente pelas Comissões, que têm o poder de aprová-los ou rejeitá-los, sem necessidade de ouvir o Plenário.

Atualmente o PL está na Comissão de Educação e Cultura e seguirá tramitando pelas demais Comissões pertinentes, para apreciação dos parlamentares e cumprimento do trâmite do processo legislativo.


Mara relata PL sobre tratamento da Dislexia
 
 

junho 12, 2011

A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE OS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM

Disturbios de aprendizagem


Há anos os pesquisadores vêm se mobilizando para entender o porquê de tantos fracassos dos alunos frente ao seu processo acadêmico. Desde os anos básicos do Ensino Infantil aos bancos das universidades, o alunato encontra severas


dificuldades para adquirir as habilidades necessárias que o permita dar continuidade ao seu aprendizado, a tornar possível sua educação formal e que possa introjetar conhecimentos para transformar a realidade e resolver as questões que se apresentem.

Temos como ferramenta principal e básica, isto é a chave-mestra para este processo a aquisição da leitura e da escrita, já que nossa sociedade delas se utiliza em grande parte, para a evolução da aprendizagem como um todo.

Ler significa, sobretudo conhecer-se, significa tomar contato e apropriar-se do mundo, significa interpretar este mesmo meio e tudo que o cerca. Significa a luz e o conhecimento. Já a escrita tem a função de perpetuar nossa cultura e estas percepções de si e do meio. Ela nos permite a expressão máxima, livre e necessária do convívio entre seres.

O aprendiz que não consegue se desenvolver nestes aspectos, desde cedo apresenta sinais que poderiam ser identificados e diagnosticados precocemente. Desta forma a escola, os pais e cuidadores poderiam desenvolver programas, métodos e estratégias mais adequadas e específicas ao seu universo e criarem assim, condições favoráveis e reais para seu processo de aprendizagem.

Alguns destes sinais são mais freqüentes, sendo que a figura do professor é fundamental na percepção deles, pois é na esfera da sala de aula (desde o maternal) que são notados. Podemos enumerar alguns deles, tais como: deficiências na oralidade, seja na expressão de um vocabulário pobre, seja na articulação, ou mesmo crianças e adolescentes que se expressam adequadamente, mas que apresentam dificuldades para contar um fato ou uma história dentro de uma ordem coerente e coesa.

Observam-se ainda as dificuldades na motricidade geral, crianças que desde cedo revelam dificuldades para se equilibrar, não demonstram habilidades nas brincadeiras ou nas aulas de educação física, que não se destacam nos esportes, ou que apresentam dificuldades nas habilidades mais finas, relativas à coordenação visuo-motora como amarrar sapatos, recortar, desenhar, e mais tarde dificuldades com o traçado de letras.

Outro fator muito comum é relativo à dificuldade que alguns manifestam em se manterem atentos às solicitações dos pais e professores e posteriormente às aulas. São alunos que demonstram claramente dificuldade em focar, o que ocasiona perdas de dados significativos. Não devemos deixar de apontar questões mais relativas ao comportamento inadequado ou às dificuldades que se apresentam desde cedo destas crianças em adquirir rotina de vida, organização e disciplina para o trabalho.

Já na fase das aquisições formais, propriamente ditas, pode-se perceber aquele aluno que é mais lento ou manifeste dificuldades em adquirir a alfabetização e/ou posteriormente se apresente apto à leitura mecânica, mas demonstre pouca eficiência em compreender o que lê, ou ainda que tenha dificuldades para redigir, desde a apropriação ineficiente da ortografia à própria arte de se expressar por escrito.

Nota-se ainda, as dificuldades como o raciocínio lógico matemático ou resistência em adquirir os conceitos aritméticos básicos.

Estes sinais, por exemplo, podem ser indicadores (não em sua totalidade, nem um aspecto isolado, mas um conjunto deles) de possível distúrbio de aprendizagem. Importante ressaltar que os indivíduos que não são identificados em suas reais dificuldades e/ou deficiências, são impedidos de desenvolverem suas habilidades e potencialidade, levando-os ao fracasso, pouca motivação com os estudos e muitas vezes à evasão escolar.

Questões afetivo-emocionais conflituosas, como insegurança e sentimentos de baixa estima vêm agravar o quadro. Por outro lado, se o educador tiver conhecimento sobre que respostas esperar de seus alunos em cada fase etária e acadêmica, poderá identificar as dificuldades que eles manifestam e encaminhá-los aos profissionais habilitados, quando suspeitar de que possam ser portadores de distúrbios, ou mesmo, caso se configurem apenas dificuldades, que possam apropriar-se de métodos e estratégias mais eficientes que auxiliem na recuperação de seus educandos.


Tânia Freitas

tania@abcdislexia.com.br



FONTE DE PESQUISA
http://www.abcdislexia.com.br/dislexia/disturbios-de-aprendizagem.htm

O FRACASSO DOS JOVENS DISLEXICOS FRENTE AO PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA

Fracasso dos jovens


suas causas, implicações e consequências.


Dentre os distúrbios de aprendizagem, nota-se com maior frequência e intensidade a deficiência na aquisição e desenvolvimento da leitura e da escrita.

Em nossa prática de consultório, atendendo crianças, adolescentes, jovens adultos, bem como os próprios pais, são comuns as queixas acerca da pouca eficiência do saber ler e escrever. São comuns ainda, queixas de professores sobre estas dificuldades, ou seja, quão pouco eficiente os jovens se encontram em relação à linguagem oral, quão pouco domínio eles dispõem da verbalização adequada como instrumento de comunicação e, o mesmo ocorrendo com o domínio da leitura e da escrita.

Relatos são conhecidos sobre alunos que não aprendem Matemática, História, Ciências, etc., não por serem portadores de dificuldades específicas nas referidas áreas, mas por faltarem-lhes o instrumental básico, na leitura a possibilidade de compreensão, a capacidade para interpretar, abstrair, inferir e estabelecer relações entre os fatos contextuais e na escrita o domínio da língua (da micro à macro estrutura), a capacidade para relacionar os dados e redigi-los de forma clara e coerente, respeitando os manejos gramaticais pertinentes e básicos à redação.

A leitura e escrita são processos muito complexos e as dificuldades podem ocorrer de maneiras diversas. Além disso, temos a aquisição da leitura e escrita como fator fundamental e favorecedor dos conhecimentos futuros; é uma ferramenta essencial, ou mesmo a estrutura mestra onde serão alicerçadas as demais aquisições. É apoio para as relações interpessoais, para a comunicação e leitura de seu mundo interno e externo.

Uma criança que não tenha solidificado realmente sua alfabetização, poderá se tornar frustrada diante da educação formal, terá deficitário todo seu processo evolutivo de aprendizagem, apresentará baixo rendimento escolar e pouco a pouco sua auto estima estará minada, podendo manifestar ações reativas de comportamento anti-social, bem como levá-la ao desinteresse e muitas vezes até a evasão escolar.

O problema da dificuldade na leitura e na escrita pode ainda decorrer em outros secundários, que acabarão se tornando tão ou mais graves daqueles originais que produziram a ineficiência da alfabetização.

Diante deste fato, objeto de queixas de educadores, pais e profissionais ligados à área, torna-se difícil distinguir onde se encontra a falha, seja de ordem da dinâmica individual, seja de ordem do meio, ou seja, devido à síndrome psicossocial, onde estão envolvidas as três vertentes ao mesmo tempo: o indivíduo, a escola e a comunidade.

A fronteira determinante destes aspectos é frágil e tênue; muito se tem discutido e pesquisado, todavia são apontadas poucas conclusões efetivas e menor parece ser a possibilidade para ações preventivas a todas as implicações do universo da aprendizagem.

Iniciando pela análise da dinâmica do indivíduo, este terá sucesso na aquisição da leitura e escrita dependendo da evolução maturativa e equilibrada dos aspectos fisiológico, emocional, intelectual e social.

Consideramos um indivíduo realmente alfabetizado não apenas quando mecanicamente decodificar sons e letras, isto é, quando puder transpor os sons para as letras (ao escrever) e das letras para os sons (ao ler), mas de forma efetiva quando tiver automatizado o processo, sem precisar recorrer a todo instante aos passos necessários a esta atividade; e sobretudo quando puder se utilizar desta habilidade para obter outros conhecimentos; para assimilar e montar esquemas internos que o permitam transformar os elementos brutos da realidade e que possa operacionalizar o processo contínuo de sua própria alfabetização (já que ela não é um fim em si mesma), e da aprendizagem enquanto um todo.

Ajuriaguerra aponta que enquanto este processo permanece no limiar do voluntário, seu desenvolvimento é irregular e forçado; quando se automatiza, a leitura e a escrita se tornam fáceis, livres e muito rápidas.

A aquisição depende da oralidade, da aprendizagem da fala, que na criança parece evoluir a partir da compreensão da linguagem (linguagem interna) para a efetiva expressão da mesma (fala). Chomski coloca que não basta: “Penso, logo existo”, mas “Falo, logo penso, logo existo!”.

Para desenvolver os estágios superiores da linguagem: a compreensão da palavra impressa (a leitura) e a expressão da palavra impressa (a escrita), a criança precisa (além de ter sedimentado de forma harmoniosa as etapas da oralidade), ser capaz de articular todos os sons da língua, o que normalmente se determina aos seis anos (observadas as diferenças maturacionais de cada indivíduo). Requer ainda a ampliação e domínio do universo vocabular.

Outra etapa necessária que precisa ser vencida é a capacitação para analisar as palavras em seus segmentos subsilábicos, isto é analisar os sons, que as compõem. Esta possibilidade é a chamada consciência linguística ou fonológica. Sabemos que até os seis anos, observando sempre as características individuais, a criança só consegue segmentar palavras em sílabas, a partir desta idade passa a poder segmentá-las nas unidades mínimas: as vogais e consoantes; quando essa habilidade ocorrer podemos afirmar que a criança passa a ter uma consciência metalinguística da mesma, a consciência fonológica, que a permite analisar a palavra mais eficientemente.

Ainda sob o viés do indivíduo, temos como outro aspecto importante para garantir este processo, que a criança tenha um nível suficiente de habilidades específicas como: o desenvolvimento da motricidade geral, da integração sensório-motora (esquema corporal, lateralidade, sentido de direção, conceito de direita e esquerda, ritmo, orientação espaço-temporal), das habilidades perceptivo-motoras (visão, audição, memória,...).

Estas capacidades precisam ser estimuladas, já que contribuem para a viabilização do processo da leitura e escrita, ou impõem-se como impedimento para a aquisição do mesmo.

O atraso específico na leitura pode ser de natureza de déficit cognitivo, especificamente na esfera da capacidade verbal. A. F. Jorm (em Psicologia das Dificuldades em Leitura e Ortografia) postula que um componente particular parece estar associado às dificuldades de leitura, é a capacidade de lidar com informações fonológicas na memória.

Outro aspecto que merece ser analisado refere-se à compreensão do texto. Sabe-se que há uma estreita relação entre a capacidade da leitura mecânica e a possibilidade de compreensão, assim sendo a criança que apresenta pouca eficiência na leitura, consequentemente apresentará dificuldades severas na compreensão do que lê.

Por outro lado há indivíduos que mesmo não apresentando deficiência na identificação das palavras, ou seja, mesmo podendo traduzir literalmente as idéias propostas no texto, manifestam dificuldades para compreendê-lo, para estabelecer uma análise inferencial e crítica. São os leitores com déficits específicos de compreensão, encontrados não somente no Ensino Fundamental e Médio, mas também e principalmente nos cursos Universitários e em adultos já formados.

Sobre os aspectos mais relativos à escrita, temos que, assim como na aquisição da fala a linguagem receptiva antecede a expressiva, no sistema visual a leitura antecede a escrita. Desta feita, a maior parte dos distúrbios da expressão da palavra impressa, a escrita, é decorrente da ineficiência da leitura, entretanto há indivíduos que mesmo sendo bons leitores apresentam distúrbios na expressão escrita.

Devemos estabelecer as diferentes situações-problemas que podem ocorrer na escrita, o primeiro grupo seria composto pelas crianças e jovens, que apresentam deficiências na discriminação e associação fonema/grafema, ou seja, aqueles que não sistematizaram efetivamente o processo da escrita mecânica, como seria esperado pela suas faixas etário-acadêmicas, tendo tido escolaridade favorecedora e recursos cognitivos adequados. Esse grupo apresentará deficiências na aquisição da linguagem escrita, decorrendo em falhas ortográficas como trocas por confusões visuais e/ou auditivas, omissões e acréscimos (de letras ou sílabas), poderá ainda apresentar fragmentações e junções de palavras.

O segundo grupo caracterizaria os jovens que dominam o código do grafar, todavia apresentam dificuldades para compor um texto, para se expressarem no papel. São aqueles que não conseguem transmitir para a escrita sua ideação ou seus conhecimentos adquiridos através de suas vivências e interações no meio. São indivíduos que na oralidade denotam e expressam criatividade, expressam ainda um mundo imaginário explorado e desenvolvido, assim como manifestam domínio do conteúdo informativo e conseguem estabelecer correlações adequadamente, todavia expressam total incapacidade para lidar com as estruturas necessárias para escrever.

Se estas dificuldades não forem trabalhadas acarretarão vivências frustrantes e limitadoras no processo geral evolutivo da aprendizagem, isto é, a criança ou o jovem que não encontre suporte e continência para sua notação gráfica deficiente, desestimulam-se frente aos fracassos que vivenciam, levando-os ao desinteresse, à impotência na forma de se expressarem e de se comunicarem por escrito. Eles fatalmente passam a escrever cada vez menos, limitando seu imaginário e potencialidade criativa, temendo as punições que sofrerão frente aos seus erros ortográficos.

Outro fator que causa fracasso neste processo seriam as crianças portadoras da Dislexia Evolutiva, que significa, segundo Galaburda e Aboitz, uma condição clínica, caracterizada pela dificuldade na aprendizagem da leitura e escrita nos indivíduos de inteligência e estado psiquiátrico normais, que têm tido boas oportunidades de educação e oportunidades sócio-culturais adequadas, havendo correlação neurológica subjacente e que manifestam muitos dos sintomas e das deficiências aqui descritos.

Em relação às demais atividades psíquicas envolvidas diretamente com este processo, temos, por exemplo, a forma como a criança organiza seu pensamento, as suas características de personalidade, o como ela investe afetivamente no meio e, principalmente qual a função que a linguagem representa enquanto veio de comunicação.

A psicanálise através de Freud, coloca o quanto os aspectos inconscientes influenciam a aprendizagem e o quanto nossa harmonia psíquica capacita ou prejudica esta atividade.

Se a nossa psique é o veio através do qual se dá nossa relação com o mundo, e, se é através dela que tomamos contato com o meio e o introjetamos, estando este aparelho como o chama Bion, em confusão ou conflitado em termos emocionais, terá alterada e prejudicada esta interiorização.

Se uma criança, por exemplo, não teve em princípio um bom vínculo com a mãe, ou sua substituta, poderá desenvolver relações desfavoráveis em seu processo geral de aprendizagem e especificamente com a aquisição da linguagem oral, da leitura e escrita, podendo ser esta a sua forma de expressão de sintomas reativos manifestos. A linguagem, neste caso, poderá estar cumprindo uma função de alerta de que a comunicação, entre ela (a criança) e o mundo, está prejudicada.

Entendemos que além das possibilidades linguísticas, perceptivas, motoras e cognitivas, além dos métodos, dos recursos didáticos, aprender implica em um sujeito que busca a aquisição do conhecimento, e significa sempre uma experiência emocional. Assim sendo, um indivíduo que não tenha motivação, não se estimulará para a aquisição de habilidades tão complexas que exigirão capacidade para frustração adequada, possibilidade para seguir os padrões fixos e sistemáticos que o processo da leitura e escrita requer.

Dos aspectos relativos à dinâmica do meio, podemos apontar a falta de escolarização ou a privação cultural do meio; a própria marginalização do sujeito com dificuldades pelo ensino comum, sofrendo este a pecha de incompetente e desajustado, desfocando a responsabilidade da “Instituição-escola” para o indivíduo, a superlotação das salas de aula, que impedem a individuação dos alunos.

Outros fatores relativos ao meio que interferem na qualidade da aquisição da leitura e escrita, tais como a inadequação de métodos específicos às particularidades dos educandos, a pouca eficiência na utilização de metodologia baseada nas diferentes necessidades e dificuldades que os indivíduos apresentam, a aplicação de currículos sem fundamentação teórica, não sendo respeitados os reais níveis etários e possibilidades instrumentais dos alunos, o que acarreta em exigências aquém ou além da competência deles.

A pouca ou ineficiente estimulação dos professores, ou mesmo as relações educador/educando estabelecidas de forma conflitada, a inabilidade dos educadores para observar e detectar as reais deficiências manifestadas pelos seus alunos, o que impede a possibilidade de diagnóstico e tratamentos precoces e preventivos.

Em relação à família observam-se as altas ou baixas expectativas que são projetadas nos filhos, muitas vezes por desconhecimento da capacidade dos mesmos, ou ainda por projeções baseadas inconscientemente em suas próprias experiências escolares, causando-lhes vivências impotentes e baixa estima, quando não conseguem corresponder.

É bastante comum referências de pais sobre similaridades de história de fracassos na leitura e escrita suas e de seus filhos, estabelecendo desta forma uma identificação de modelos atávicos.

Finalizando, podemos concluir a relevância primordial de se ter o conhecimento do sujeito em seu processo evolutivo de aprendizagem, e, sobretudo focar a atenção em sua unidade, observando os aspectos individuais (sejam eles cognitivos ou afetivo-emocionais), os familiares e os da comunidade como um todo, já que esse todo compõe o universo de cada um.

Importante ainda ressaltar que educadores por vezes, iniciam precocemente o processo de aquisição da leitura e escrita, sem dar a devida estimulação às habilidades, o que acarretará em prejuízo à aquisição. Além disso, se estas habilidades cognitivas se apresentam deficitárias, o estarão, antes mesmo da criança iniciar o processo de alfabetização, assim sendo, uma avaliação precoce possibilitará o diagnóstico e o tratamento e desta forma teremos uma alternativa de prevenção para evitar futuros transtornos acumulativos que decorrerão dessas deficiências já constatadas.

A observação e o encaminhamento da criança pelo educador atento favorecem ainda o planejamento de métodos adequados e específicos para a aquisição da leitura e escrita das crianças com suas características próprias, além de possibilitar as orientações de escolas mais adequadas e que possam ser continentes a essas crianças.



Tânia Freitas

tania@abcdislexia.com.br



FONTE DE PESQUISA
http://www.abcdislexia.com.br/dislexia/fracasso-dos-jovens.htm

A DISLEXIA NO ADULTO, SUA EVOLUÇÃO E CONSEQUÊNCIAS

Dislexia no adulto


Fala-se muito mais sobre dislexia hoje que há alguns poucos anos. O conhecimento atual evoluiu, sobretudo com as descobertas das neurociências sobre como se dá a aquisição da leitura e escrita e sobre as funções cerebrais durante a leitura. Através das neuroimagens, hoje sabemos como se processam as rotas neurais do disléxico


durante a leitura e no que se diferenciam do leitor comum. Os dados clínicos que dispomos sobre o disléxico, acompanhados da infância até a idade adulta, demonstram um quadro de evolução dos sinais da dislexia ao longo da vida do portador. Essa evolução ocorre porque embora alguns déficits fonológicos e visuais permaneçam, o disléxico é dotado de inteligência normal ou superior - e freqüentemente desenvolve estratégias compensatórias em seu processo de aprendizagem, ainda que lide com algumas limitações.

Um adulto inteligente com dificuldades de leitura convive com uma discrepância bastante significativa entre sua potencialidade e esforço, em detrimento dos resultados escolares obtidos ao longo de sua vida acadêmica, além de prejuízos em sua formação como um todo, decorrendo em sérios comprometimentos em sua vida pessoal, emociona e profissional.

Um quadro de dislexia no adulto costuma ser identificado através da anamnese. Sua história denota sinais indicadores do transtorno desde a fase pré- escolar, tais como atraso na aquisição da fala, trocas orais e/ou migrações de letras não esperadas pela faixa etária. Também são comuns dificuldades para nomear objetos, vocabulário pobre, dificuldade para aprender brincadeiras e cantigas infantis, principalmente quando evolvem rimas e aliterações.

É comum entre as crianças disléxicas o uso que fazem de palavras substitutas ou imprecisas, bem como confusão no uso de palavras que indicam direcionamento (dentro, fora, etc.). Apresentam-se, por outro lado, extremamente inteligentes, criativos e com aptidão para desmontar e construir brinquedos. Outro dado fundamental a ser rastreado é se os antecedentes familiares deflagraram dificuldades escolares ao longo de suas vidas acadêmicas, uma vez que já está comprovada a influência genética do distúrbio.

Na fase escolar, da primeira à quinta série, observam-se sinais mais claros e sugestivos da dislexia, como lentidão para aprender a ler ou mesmo dificuldades para acompanhar o início da escrita. Eles denotam dificuldades para memorizar o traçado das letras, não conseguem relacioná-las a contento com suas representações sonoras, decorrendo em trocas visuais (a/e/o, m/n/w, d/b, q/g) e auditivas (f/v, d/t, ch/j, b/p), em migrações de letras ou sílabas (“secada”/escada) não esperadas pela idade e série.

Apresentam dificuldades para soletrar as palavras e demonstram dificuldade acentuada para perceber a sílaba tônica das mesmas. Nota-se o esforço para a leitura da palavra isolada e principalmente de pseudopalavras (palavras inventadas), a pronúncia dificultosa de partes das palavras, bem como dificuldade para decorar as pronúncias e os significados de palavras novas ou não frequentes, o que os obriga à exaustiva repetição para decodificar e acessar o som e o significado das palavras.

Como se vê, há um padrão de evidências básicas que denotam deficiências no défict fonológico, além de questões de ineficiências relativas aos aspectos do processamento visual, que são fundamentais para a aquisição das habilidades da leitura e escrita. Esse padrão pontuado pelo portador da dislexia no decorrer de sua vida acaba se evidenciando ao longo das avaliações fonoaudiológica, psicopedagógica e neuropsicológica. Devemos ter em mente, entretanto que todo indivíduo possui suas especificidades, o que também se aplica aos seus processos individuais de aprendizagem.

Os sinais se modificam a partir da sexta série, na medida em que o aluno tendo a automatizar a decodificação da leitura e a codificação da escrita, mas sempre de forma mais custosa e lenta que seus colegas. A ineficiência na leitura neste período é mais evidente no quesito compreensão: o disléxico se queixa de não entender o que lê, apresentando dificuldades para acompanhar sua classe, por lhe faltarem as ferramentas básicas para edificar sua educação formal, para desenvolver suas competências cognitivas.

A partir daí, o processo tende a se agravar continuamente, em um círculo vicioso. Como não possui o hábito de ler, sobretudo pela dificuldade de compreensão, seu vocabulário tende a ser escasso, seu arquivo pessoal de conhecimentos pobre e o portador de dislexia se limita cada vez mais à produção de textos, em uma esforço natural para evitar o confronto com suas dificuldades e as críticas de pais, colegas e professores.

O adulto disléxico, do ensino médio até os bancos universitários, continuará desempenhando uma leitura mais lenta como sintoma principal, denotando uma automatização sim, mas não suficiente para a demanda da sua faixa etária e acadêmica. Apresentará real dificuldade para compreender o conteúdo lido, necessitando de várias leituras do mesmo texto ou que leiam para ele para entendê-lo.

A leitura oral tende a adquirir mais fluência, embora com entonação deficitária, sobretudo na prosódia e nas modulações. Apresenta pausas pela decodificação de palavras menos usuais, muito embora, exceto casos mais graves, já não se evidenciem as trocas severas da infância e adolescência. Hoje se sabe que o adulto disléxico não adquire a estratégia do “bom leitor”: a leitura interativa, que se apóia no significado do conteúdo expresso que o possibilitaria ler fazendo antecipações e verificações de hipóteses, dispondo de autorregulação mediada.

A lentidão decorre do fato de não ter o processo automatizado e por utilizar rotas neurais diferentes do leitor comum, que demandam tempo e esforço maior para atingir o mesmo objetivo. A compreensão normalmente ocorre pela ineficiência da leitura oral ou pelos problemas secundários adquiridos pela própria falta do hábito de leitura: a pobreza de vocabulário, pouco arquivo pessoal e pela ineficiente evolução do raciocínio crítico e interpretativo.

Na escrita, o disléxico adulto demonstra aquisição do código, mas possui dificuldades para se expressar adequadamente através desse código. Redigir é uma tarefa árdua, em que se sobressaem deficiência na utilização da linguagem formal que a vida adulta exige, tais como textos exíguos e muitas vezes pueris. O manejo formal é insatisfatório, não há alinhamento de margens, paragrafação e pontuação adequada. A ortografia é deficiente ao grafar palavras menos frequentes e que requerem múltiplas associações, apresentando trocas pedagógicas como s/c/ ss; c/ç; s/sc; ch/x; j/g etc.

Este é o panorama do quadro do disléxico adulto. Ele contará sobre um histórico de leitura e escrita sempre árduo e deficiente, sobre dificuldades escolares que vão se acumulando ao longo de sua vida, sobre aulas particulares que não supriram suas deficiências. Contará sobre resultados insatisfatórios em relação ao seu potencial e esforço, sobre recuperações, mudanças de escola, repetições de ano e até mesmo a evasão escolar.

É cotidiano, o relato dos adultos sobre suas frustrações nos bancos escolares. Sobre quantas vezes o disléxico se escondeu para o professor não chamá-lo a ler em voz alta na classe. Sensibilizamo-nos ao saber das experiências traumatizantes pelas quais passaram e ainda passam, não apenas na escola, mas também família e sociedade. O “bullying” e a identidade frágil que constrói a partir do olhar do outro.

Renato, 29 anos, portador de dislexia severa, conta que passou por diversos profissionais, pois manifestava desde o início de seu processo escolar dificuldades para ser alfabetizado, mas nunca foi aventada a hipótese de dislexia. Somente aos 27 anos veio saber o nome do seu problema. Descreve que sofreu muito e que conseguiu com muita ajuda e dificuldade, depois de várias recuperações e reprovações, concluir o ensino fundamental. A seguir, depois de muitas tentativas frustradas, tratamentos inadequados e mudanças de escola, abandonou os estudos no início do ensino médio – muito embora fosse plenamente capacitado para graduação e para dar continuidade a sua vida acadêmica.

Assim, os disléxicos adultos acabam por desenvolver problemas secundários muito mais graves que a própria dislexia. São privados de ampliarem seu potencial, de obterem formação acadêmica, caso fossem tratados através de intervenção psicopedagógica e beneficiados com métodos adequados na escola. Esta situação ainda ocorre em nossa sociedade, apesar de todo o conhecimento de que dispomos.


Ainda hoje, os testes de linguagem, de leitura e de escrita, utilizados para a avaliação da dislexia nem sempre respeitam a evolução dos sinais indicativos e, consequentemente, podem falhar no diagnóstico do adulto. A maioria das avaliações é realizada através de testes para crianças, que não dispõe de recursos para a perfeita identificação das dificuldades que os jovens e adultos apresentam.

Além disto, os profissionais nem sempre identificam as habilidades manifestas dos adultos disléxicos, tais como sua capacidade criativa e sua possibilidade em áreas que utilizam raciocínio lógico, tais como ciências exatas, desenho, fotografia, propaganda e marketing, informática, paisagismo, dentre tantas outras aptidões.


Não identificar as habilidades dos jovens disléxicos decorrerá em limitações e impedimentos em sua orientação vocacional, em seu preparo acadêmico e na busca de seu caminho para atuar no mercado de trabalho e na sociedade, sem dizer dos prejuízos emocionais que farão parte de toda a sua existência.


Janeiro/2011

Tânia Freitas

tania@abcdislexia.com.br


FONTE DE PESQUISA
http://www.abcdislexia.com.br/dislexia/dislexia-no-adulto.htm

Sinais de alerta que permitem reconhecer Dislexia em Adulto.


Sinais de alerta que permitem reconhecer nas crianças, jovens e adultos a Disléxia .


A maior parte dos pais e dos professores atrasa a avaliação de uma criança com dificuldades de leitura porque acreditam que os problemas são apenas temporários e serão superados. De facto, há certamente tropeços triviais ou transitórios que ocorrem no caminho para a leitura.

No entanto, há determinados sinais capazes de indiciar dificuldades presentes ou futuras ao nível da aprendizagem da leitura e que não podem ser ignorados. Não se pretende ser alarmista mas sim promover a consciência de que, na presença de um conjunto articulado de determinados indicadores específicos estamos perante um cenário que pede, no mínimo, uma maior atenção, até porque se uma criança mais tarde tiver problemas, os anos perdidos não poderão ser recuperados.

Ao reconhecermos os Sinais de Alerta que podem indicar crianças em risco de dislexia podemos proceder a uma avaliação e intervenção precoce adequada, prevenindo o efeito potencialmente cumulativo e prejudicial das dificuldades ao nível da leitura.
Actualmente, graças à investigação realizada no âmbito das perturbações da leitura e da escrita, é possível sistematizar e concretizar esses sinais específicos da dislexia e traçar retratos facilmente reconhecíveis em diferentes períodos do desenvolvimento.


Pais, educadores e professores, podem desempenhar um papel activo na identificação destes sinais. E porque a identificação de um problema é a chave que permite aceder à sua resolução ficam aqui esquematizados os sinais de alerta que definem 4 “retratos da dislexia” em diferentes níveis de desenvolvimento: no jardim de infância, no 1º ano, a partir do 2º ano de escolaridade e, finalmente, em jovens e adultos.


SINAIS DE ALERTA - JARDIM DE INFÂNCIA

• História de atraso na aquisição da linguagem, tal como começar a dizer as primeiras palavras após os 15 meses (quando as primeiras palavras surgem habitualmente por volta do ano de idade) e a dizer frases após os dois anos de idade (quando habitualmente se formam entre os 18 meses e os dois anos de idade). Este atraso de linguagem pode ser referido pelos pais como uma característica familiar. Note-se que a dislexia é uma perturbação parcialmente genética pelo que crianças com histórico familiar de dificuldades ao nível da leitura e escrita deverão ser atentamente observadas para detectar a presença de eventuais sinais indicadores da referida problemática.

• Linguagem de “bebé” persistente;

• Frases curtas, palavras mal pronunciadas com omissões e inversões de sílabas ou fonemas (fósforos/fosfos, pipocas/popicas);

• Dificuldade em aperceber-se de que as frases são formadas por palavras e que as palavras se podem segmentar em sílabas;

• Falta de interesse por livros impressos;

• Não saber as letras do seu nome próprio;

• Dificuldade em aprender e recordar os nomes e os sons das letras;

• Dificuldade em memorizar canções e lengalengas;

• Dificuldade em aprender nomes de cores, pessoas, objectos e lugares;

• Dificuldade na aquisição dos conceitos temporais e espaciais básicos: depois/antes, atrás/à frente.

SINAIS DE ALERTA - PRIMEIRO ANO DE ESCOLARIDADE


• Dificuldade em compreender que as palavras se podem segmentar em sílabas e fonemas;

• Dificuldade em associar as letras aos seus sons (dificuldade em associar a letra “pê” ao som /p/);

• Erros de leitura por desconhecimento das regras de correspondência grafo-fonémica: vaca/faca, calo/galo;

• Dificuldade em ler monossílabos e em soletrar palavras simples: ao, pai, bola...;

• Maior dificuldade na leitura de palavras isoladas e pseudopalavras;

• Recusa ou insistência em adiar as tarefas de leitura e escrita;

• Necessidade de acompanhamento individual do professor para prosseguir e concluir os trabalhos;

• Relutância, lentidão e necessidade de apoio dos pais na realização dos trabalhos de casa;

• Queixas dos pais e dos professores em relação às dificuldades de leitura e escrita;

• História familiar de dificuldades de leitura e ortografia noutros membros da família.



SINAIS DE ALERTA - A PARTIR DO SEGUNDO ANO DE ESCOLARIDADE

a) Problemas de Leitura »
• Histórico familiar de problemas de leitura;

• Progresso muito lento na aquisição da leitura e ortografia;

• Dificuldade na leitura de palavras multissilábicas. Omite partes da palavra (fonemas e sílabas) ficando um “buraco” no meio da palavra (biblioteca/bioteca);

• Dificuldade, necessitando de recorrer à soletração, quando tem que ler palavras desconhecidas (novas, não-familiares), irregulares e com fonemas e sílabas semelhantes;

• Dificuldade em ler pequenas palavras funcionais (ai, ia, de, em...);

• Confusões de grafemas com correspondência fonética próxima (j/ch-f/v) ou com grafia semelhante (a/o-m/n);

• Frequentes inversões (ai/ia), omissões (batata/bata), adições e substituições de letras, sílabas ou palavras;

• Erros ortográficos frequentes nas palavras com correspondências grafo-fonémicas irregulares e caligrafia imperfeita;

• Substituição de palavras de pronúncia difícil por outras com o mesmo significado;

• Melhor capacidade para a leitura de palavras em contexto do que isoladas;

• Dificuldade em terminar os testes no tempo previsto;

• Surgem reclamações sobre o quanto é difícil ler. A criança poderá inclusive correr e esconder-se para fugir ao acto de ler;

• Desagrado e tensão durante a leitura. Leitura hesitante, lenta, cansativa, com incorrecções e erros de antecipação;

• Tendência para adivinhar as palavras apoiando-se no desenho e no contexto;

• Trabalhos de casa parecem não ter fim. Recorrem frequentemente aos pais que são recrutados para ler os enunciados;

• Correcção leitora melhora com o tempo, mantém a falta de fluência e a leitura trabalhosa;

• Presença de muitos erros ortográficos;

• Grafia disforme e ilegível;

• Défices acentuados na construção frásica.

• Baixa auto-estima, com sofrimento, que nem sempre é evidente para os outros;


b) Problemas de Linguagem »

• Discurso pouco fluente com pausas, hesitações frequentes, muitos “um’s” durante a fala;

• Uso de linguagem imprecisa em substituição do nome exacto ou correcto do objecto: a coisa, aquilo…;

• Dificuldade em encontrar a palavra corecta, confundindo palavras com sonoridade semelhante, como humidade em vez de humanidade;

• Dificuldade em recordar informações verbais, problemas de memória a curto termo: datas, nomes, números de telefone…;

• Dificuldade em dar respostas orais rápidas e em terminar testes no tempo previsto;


SINAIS DE ALERTA EM JOVENS E ADULTOS


a) Problema na Leitura »

• História pessoal de dificuldades na leitura e escrita;

• Dificuldades de leitura persistentes --- A correcção leitora melhora, a leitura continua a ser lenta e esforçada;

• Dificuldades em ler e pronunciar palavras pouco comuns, estranhas ou únicas (nomes de pessoas, nomes técnicos);

• Não reconhecer palavras que leu ou ouviu quando as lê ou ouve no dia seguinte;

• Preferência por livros com poucas palavras por página e com muitos espaços em branco;

• Longas horas na realização dos trabalhos escolares;

• Penalização nos testes de escolha múltipla;

• Ortografia desastrosa – preferência pela escrita de palavras simples;

• Falta de apetência para a leitura recreativa;

• Sacrifício frequente da vida social para estudar as matérias curriculares;

• Vergonha e desconforto quando tem que ler algo em voz alta - Evitamento


b) Problemas de Linguagem »

• Dificuldades na linguagem oral;

• Pronúncia incorrecta de nomes de pessoas e lugares, saltar por cima de partes de palavras;

• Dificuldade em recordar datas, números de telefone, nomes...;

• Confusão de palavras com pronúncia semelhante;

• Dificuldade em recordar as palavras (“ponta da língua”);

• Vocabulário expressivo inferior ao compreensivo.


c) Evidência de Áreas Fortes nos Processos Cognitivos Superiores »


• Melhoria muito significativa quando lhe é facultado tempo suplementar nos exames;

• Boa capacidade de aprendizagem, talento especial para níveis elevados de conceptualização;

• Ideias criativas com muita originalidade;

• Sucesso profissional em áreas altamente especializadas (medicina, direito, ciências políticas, finanças, arquitectura...);

• Boas capacidades de empatia, resiliência e adaptação.

Estes sinais que aparecem ao longo da vida são, como refere Sally Shaywitz, “um retrato da dislexia”. Observe-os de perto e com cuidado, pense neles e determine se algum deles está presente. Se apenas alguns destes sinais forem detectados não há motivos para alarme.

Qualquer um pode confundir palavras cuja sonoridade é semelhante de vez em quando, ou pronunciar mal uma palavra. Para se preocupar os sinais deverão manifestar-se em determinado número formando um padrão consistente e persistente, isto é, terão de ocorrer ao longo de vários meses. Isso sim representa a probabilidade de que haja dislexia.

Nesse caso procure a ajuda de um especialista para se proceder a uma avaliação e diagnóstico adequado.

Conteúdo cedido por parceiro guiadafamilia.com :

Dra. Daniela Sciaccaluga Fernandes

IAPPC, Instituto de Apoio Psicopedagógico

www.iappc.pt

danielafernandes@iappc.pt

junho 08, 2011

Jovens e Adultos Disléxicos.



Jovens e Adultos Disléxicos

Por Eliane Pisani Leite
28/07/2007


É comum encontrarmos jovens e adultos disléxicos, porém muitas vezes nem eles mesmos sabem do seu problema, pois não passaram por um diagnóstico.

Quando o problema não é resolvido a tempo, ou seja ainda na infância, o adulto pode ter duas saídas, ou abandonar os estudos, ou enfrentar as dificuldades com muita humildade assim transpondo barreiras e até mesmo preconceitos.
Muitas são as dúvidas do adulto disléxico. Vamos resumidamente tentar responder as mais freqüentes, utilizando para isso o livro “Nem sempre é o que parece” da Associação Brasileira de Dislexia.

1 - Os adultos podem beneficiar-se com um tratamento tardio?

Podem e devem se beneficiar com um tratamento específico. Esta pode levar um certo tempo para atingir as metas propostas, considera-se que após um período de 2 anos de ensino regular e estruturado, resultados encorajadores podem ser obtidos. Se o tratamento se concentrar nas atividades preferidas, uma melhora no nível de competência na leitura pode ser atingida. Escrita e soletração inevitavelmente ficam para trás e a ajuda deve ser especificamente ajustada às próprias necessidades/habilidades, tais como: escrever letras, escrever cartas, preenchimento de fichas, etc.

2 – Que tipo de testes são usados para diagnosticar a dislexia nos adultos?

Pelo fato de adultos e crianças disléxicas possuírem as mesmas características primárias, os testes do diagnóstico medirão o funcionamento das mesmas áreas de habilidades, entre elas estão incluídas: teste de aquisição fonológica, decodificação de palavras simples, alfabeto, soletração, tipo de escrita, redação, vocabulário, compreensão e os testes psicológicos (intelectuais, emocionais e cognitivos).
3 – É diferente a dislexia da criança da dilexia do adulto?

Para melhor entender a resposta basta a explicação segundo Patton e Polloway (1.992): adultos disléxicos são pessoas que não tiveram orientação adequada e permanecem ainda com as dificuldades que apresentam já na infância.


4 – Se o diagnóstico revelar que tenho dislexia, que tipo de tratamento irá me ajudar?

Em casos mais acentuados, é indicado aquisição fonética (letras e sons), leitura, soletração, vocabulário, escrita e interpretação.

Na intervenção serão focadas três áreas:

- Remediação imediata – esta implica em rever a parte lingüística;

- Modificação e acomodação – modificar hábitos e regras, como por exemplo: aumentar o tempo nas provas, pedir para que alguém o ajude a tomar notas, dividir um livro de histórias etc.

- Uso de tecnologia: fita cassete; calculadora e computador.


5 – Como suspeitar que um adulto pode ser disléxico?

Um número razoável de fatores nos faz suspeitar que um adulto seja disléxico. Muitas definições de dislexia destacam a discrepância entre sua inteligência (normalmente acima da média) e suas habilidades lingüísticas. Por exemplo, um engenheiro ou outro profissional que tenha problemas com a leitura e escrita, pode ser disléxico.

É comum um adulto disléxico – ainda não diagnosticado – ao tomar conhecimento do que é a dislexia e quais são seus sintomas, imediatamente se reconheça como tal, pois convive com esses sintomas desde a infância.

6 – Os disléxicos adultos serão capazes de ler e escrever?

Sim, eles serão capazes de ler e escrever. Dislexia não significa incapacidade para tal, mas uma dificuldade que se manifesta principalmente em face do ensino acadêmico convencional. As diferenças nas estruturas do cérebro irão requerer métodos de ensino alternativos.”

Dessa forma espero ter contribuído com um pouco mais de informações sobre as dificuldades de aprendizagem e quanto mais esses conhecimentos se expandirem, com certeza teremos menores índices de desistência escolar.


Eliane Pisani Leite - Autora do livro: Pais EducAtivos

Pisicologia Acupuntura Psicopedagogia - pisani.leite@terra.com.br

FONTE DE CONSULTA:
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos_Psicologia/Jovens_e_adultos_dislexicos.htm

O cérebro de quem tem gagueira ou dislexia.

Gagueira e Dislexia no programa Ser Saudável

Gagueira e Dislexia no Ser Saudável




Como lidar e tratar estas interferências neurológicas

Lívia e Dra Anelise Junqueira Bohnen

Kaká Marinho e Assessoria de Comunicação/EBC-TV Brasil

O oitavo episódio da série Ser Saudável vai ao ar na quarta (08), às 20h30 na TV Educativa, e aborda os problemas que afetam a linguagem: a gagueira e a dislexia. Sílabas repetidas e dificuldades em compreender e ler um texto são os sinais mais comuns da gagueira e da dislexia. Estes males neurológicos interferem diretamente na comunicação, na aprendizagem e criam dificuldades relacionadas à fala, leitura e escrita.


O programa contará histórias como a do músico e ator Nico Niclaiewsky, de 52 anos, que convive com a gagueira. E o caso do professor Mateus Effel, 31 anos, que venceu as dificuldades da dislexia para se formar em história.


Para entender como funciona o cérebro de quem tem gagueira ou dislexia, os médicos e apresentadores do programa, Enrique Barros e Lívia Hartmann de Souza, reúnem opiniões de especialistas e pesquisadores da área. Entre os entrevistados deste episódio estão a presidente do Instituto Brasileiro da Fala e Fluência, mestre em fonoaudiologia e doutora em linguística, Dra. Anelise Junqueira Bohnen; e o neuropediatra do Hospital Albert Einstein de São Paulo, doutor em neurociências pela Unicamp e presidente da Associação Brasileira de Dislexia, Dr. Abram Topczewski.

Apresentação Enrique Barros e Lívia Hartmann

Direção geral Daniel Pedroso

Coprodução TV Brasil e UNISINOS

FONTE DE PESQUISA: http://www.izp.al.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/gagueira-e-dislexia-no-ser-saudavel

É comum em crianças dislexia , ter à comorbidade do DPAC.

“Distúrbio do barulho” é comum em crianças, especialmente nas com dislexia


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MUITAS CRIANÇAS COM DISLEXIA TÊM TAMBÉM DEFICIÊNCIAS E COMORBIDADES EM OUTRAS ÁREAS COGNITIVAS. UMA DESTAS PODE SER O DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL, OU DPAC.



“O DPAC é um defeito no canal do ouvido que leva o som para o cérebro. A criança ouve bem, porém, na hora de processar o som tem dificuldades. Ela não consegue lidar com os sons que escuta”, explica a fonoaudióloga e psicopedagoga Maria Angela Nico, da Associação Brasileira de Dislexia (ABD). A criança com o distúrbio tem dificuldade de separar os sons, por isso em ambientes barulhentos – como uma sala de aula – quando o professor fala e outros alunos também falam, fica difícil separar o que um e outro está falando.


“O colorido do som é perdido. É como se você tentasse ouvir música em um fone de ouvido de má qualidade e compensasse isso aumentando o som. É assim que uma criança com DPAC ouve”, explica a fonoaudióloga Liliane Desgualdo Pereira, da Universidade Federal de São Paulo, pioneira no diagnóstico da DPAC no Brasil.

Segundo Liliane, não existe um consenso sobre as causas da desordem, que podem estar relacionadas à falta de estímulos sonoros durante a infância, razões genéticas ou neurofisiológicas (agravos no sistema auditivo nervoso central). O certo é que não se trata de uma doença, mas pode ser resultado de doenças no ouvido como, por exemplo, uma inflamação que atrapalhe o desenvolvimento do sistema nervoso central. “Como o sistema público de saúde é falho em muitos lugares do Brasil, é comum uma criança ter otite uma, duas, três vezes – a otite de repetição. Isso pode causar um agravo no sistema nervoso central que gera o distúrbio de processamento”.

Estima-se que 10% das crianças em idade escolar apresentem a DPAC. Deste total, 1% tem dislexia. “Na evolução, quem ouve mal, fala, lê e escreve mal. Por isso a comorbidade entre os dois distúrbios”, diz.

Diagnóstico e tratamento

Alguns sinais indicam que a criança apresenta a DPAC. Se o seu filho tem dislexia, além das dificuldades de aprendizagem típicas do transtorno, a criança age como se não quisesse escutar ou apenas ouvisse quando há interesse. Nos primeiros anos de alfabetização, a criança não identifica sílabas e vogais, tem a memória atrapalhada, é desatenta, parece que tem preguiça. Por volta dos 2 anos de idade, a criança já tem capacidade de saber de onde vêm os sons. Caso você chame seu filho da sala e ele, no corredor, não consiga identificar onde você está, isso também pode ser sinal da DPAC. Um jovem com o distúrbio não compreende entonações de voz diferentes, piadas ou frases de duplo sentido. Uma tarefa simples como falar ao telefone se torna um tormento.

Segundo Maria Angela, durante o diagnóstico da dislexia é possível identificar o DPAC, já que a criança passa por exames com uma equipe multidisciplinar. “Durante os exames de fonoaudiologia é possível perceber se a criança pode ter o distúrbio”. Identificada a desordem, ela deve ser encaminhada para o profissional de fonoaudiologia especializado no DPAC. A partir daí, a criança passa por uma série de exames, além de uma avaliação neurológica, com o objetivo de identificar e quantificar o nível e o grau do distúrbio.

A reabilitação do paciente com DPAC é feita sem medicamentos. O objetivo é “arrumar” o caminho do som até o cérebro por meio de estímulos auditivos. O destaque deste processo de reabilitação diz respeito ao uso de recursos tecnológicos como o audiômetro – equipamento que permite apresentar sons de fala e tons puros por fones de ouvido. Quando acoplado a um aparelho de CD, ele reproduz estímulos diferentes um em cada orelha, a escuta dicótica. Este procedimento é feito em uma cabina acústica ou sala silenciosa.

Os resultados são animadores: em até 80% dos casos, os pacientes se recuperam totalmente. E os resultados podem ser vistos em até dois meses. Tem início, então, outro processo que visa a compensar o “tempo perdido”. O foco é aumentar o vocabulário, melhorar a linguagem, aprender o conteúdo curricular perdido e trabalhar as dificuldades emocionais de interação. “Este tratamento é mais longo e pode durar de seis meses a um ano ou mais, e necessita de uma equipe multidisciplinar de profissionais”, conclui Liliane.



por Marina Teles

FONTE DE PESQUISA: http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2011/06/07/%E2%80%9Cdisturbio-do-barulho%E2%80%9D-e-comum-em-criancas-especialmente-nas-com-dislexia/email/

Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.