setembro 25, 2011

Dislexia e diversas capacidades de aprendizagem.

Dislexia e diversas capacidades de aprendizagem.

As instituições escolares, sejam públicas ou privadas, tem à sua responsabilidade uma grande tarefa, a de instruir crianças com diversas capacidades de aprendizagem que provem de diversos tipos famílias com ambientes familiares, condições económicas e culturas igualmente diferentes. A escola durante o processo educacional, depara-se, por vezes, com crianças com necessidades educativas diferentes, mais concretamente, crianças para quem a língua local pode ser um novo idioma, as que têm problemas de aprendizagem e as superdotadas. Daí em parte a expressão “Todos iguais, mas diferentes”, isto é, os mesmos direitos para todos mas cada um com as suas características próprias. Antigamente o ensino, entendida que as crianças tinham as mesmas capacidades de aprendizagem, e aquele que fugia à regra era visto como preguiçoso, mau aluno etc.


Certamente, deve conhecer alguém que ainda recorda de como eram os métodos de ensino antigo, em que por exemplo, quem não acompanhava as etapas de aprendizagem era “coroado” na cabeça, perante a turma, com umas enormes orelhas de burro feitas de cartolina, ou era punido fisicamente através de “reguadas”, ou seja, o docente batia com um pau comprido e fino nas mãos. Existia também um outro tipo de castigo, a privação do recreio em que a criança ficava na sala de aula a recapitular/ perceber a matéria dada enquanto os colegas brincavam no exterior. Nesse tempo, talvez não houvesse a sensibilidade suficiente para perceber que provavelmente algumas das crianças tinham dificuldades de aprendizagem.

Quando a ridicularização por parte dos professores ou colegas, ultrapassava já os limites do razoável, estas crianças preferiam abdicar dos estudos, o que hoje, designámos de insucesso e abandono escolar. Felizmente hoje os tempos são outros! Enquadra-se no domínio dos problemas de aprendizagem, a dislexia. Esta é um distúrbio que interfere na aprendizagem escolar. Para que melhor se entenda, a dislexia é um distúrbio do processamento da linguagem em que, por exemplo, o nível da leitura é consideravelmente inferior para um QI previsto para a idade dessa criança.

Esta dificuldade pode interferir com outros aspectos da aprendizagem, tais como, a audição, a fala, a leitura e a escrita, o cálculo, sendo que cada um envolve problemas distintos. Exemplificando, relativamente à matemática, a criança disléxica tem normalmente dificuldades em contar, comparar números, calcular e recordar operações básicas. Também, no que diz respeito à leitura e escrita, tem dificuldades na gramática, na compreensão e soletração das frases e palavras. Estas tendem também a ser mais distraídas, menos organizadas e tem dificuldades de uso de estratégias de memória.

Os especialistas apontam causas ainda incertas ao distúrbio de aprendizagem, no entanto, crêem que possa derivar de factores genéticos. Mas atenção, importa referir também que nem todas as crianças que tem dificuldades na leitura, matemática ou outras matérias escolares tem problemas de aprendizagem, deve-se sobretudo, a problemas de ansiedade, tem dificuldades em ler ou ouvir instruções ou não tem interesse simplesmente pela matéria. A dislexia tem tratamento com apoio especializado e adequado que ajuda a minimizar os efeitos desta. Apesar um transtorno crónico, não significa que o indivíduo seja menos inteligente, caso não fosse o exemplo, de Albert Einstein, que sendo disléxico foi um grande génio.








autora: Joana Silva



FONTE DE PESQUISA: http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=3136

setembro 10, 2011

Entrevista com Hélio Magri Filho: Autor do livro ‘Sou Disléxico e Daí?’


Vejamos abaixo a entrevista de Hélio Magri Filho concedida ao Bigmae.com,  que poderá esclarecer e orientar  mães, pais e educadores acerca do tema Dislexia:


1- O que é dislexia?


A definição oficial, aceita pela Associação Brasileira de Dislexia: Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. Essas dificuldades resultam tipicamente do déficit no componente fonológico da linguagem que é inesperado em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária.

Minha definição: Nosso cérebro, quando visto de cima, lembra duas metades de uma noz. Cada metade recebe o nome de hemisfério cerebral. Os hemisférios comunicam-se através de um feixe de fibras nervosas denominado CORPO CALOSO. A grande maioria das pessoas foi acostumada a pensar e agir de acordo com o paradigma cartesiano, baseado no raciocínio lógico, linear, sequencial, deixando de lado suas emoções, a intuição, a criatividade, a capacidade de ousar soluções diferentes. Utilizando mais o hemisfério esquerdo, considerado racional, deixamos de usufruir dos benefícios contidos no hemisfério direito, como a imaginação criativa, a serenidade, visão global, capacidade de síntese e facilidade de memorizar, dentre outros. Eu costumo dizer que não tenho “atleticidade” cerebral suficiente para cruzar a “ponte” (corpo caloso) do hemisfério esquerdo para o direito, e vice versa, do meu cérebro. Tenho uma tendência maior em permanecer no lado direito, ou seja, mais no mundo da “lua”, comprometendo atenção, concentração e aprendizagem.

2- Conte-nos um pouco da sua experiência de vida como disléxico.

A vida com dislexia, discalculia (dificuldades com números), desatenção e outros “dis” me deixou sempre numa posição de questionamento, é como se eu tivesse que mentalizar todos meus movimentos, minhas ações e reações, antes de manifestá-los. Isso é desgastante, muito estressante, mas também enriquecedor. Sempre sentia que era diferente, não conseguia me inserir no cenário e questionava, interna e incessantemente minha postura. Isso para quem está tentando assimilar os caminhos do mundo é um peso extra que carregamos. Se não entendemos quem somos e como somos, como poderemos entender a vida como ela é? Como tudo na vida parece ter sempre um jeito, eu criava estratégias para lidar com números, evitava leituras em voz alta, alegava sempre algum mal estar súbito e outras tantas desculpas. E nessa introspecção eu fui descobrindo quem realmente sou… e daí escolhi manifestar isso todos os dias da minha vida.

3- O que foi mais difícil em sua infância?


O mais difícil na infância, e na vida adulta, são os rótulos. Entendo que as pessoas não têm a paciência suficiente, e nem o conhecimento necessário para entender que somos diferentes. A crueldade destes rótulos, mais a incapacidade de desempenhar tarefas consideradas normais para as outras crianças deixaram suas marcas na auto-estima. A frustração de uma criança que não consegue se ajustar é algo silencioso e pessoal. Uma batalha constante. Isso foi o mais difícil: Cada dia era uma luta para se inserir nos cenários e corresponder às expectativas da família, da escola e etc.

4- Como pode ser identificado precocemente que uma criança tem dislexia?


A dislexia pode ser identificada já nos primeiros anos escolares, sendo que a primeira condição para o diagnóstico é que a criança já tenha sido alfabetizada e que a criança já tenha tido uma vivência com a leitura e escrita de, pelo menos, dois anos para que seja possível a caracterização das dificuldades disléxicas.

A dislexia necessita de um tratamento apropriado. Por não ser um problema que passa com o tempo, a dislexia merece atenção para não passar despercebida. É importante que o diagnóstico seja efetuado o quanto antes, assim, as crianças tratadas desde cedo, têm grandes chances de superar ou conviver melhor com os sintomas.

São vários os sinais que identificam a dislexia: Dificuldade com cálculos mentais, dificuldade em organizar tarefas, dificuldades com noções espaço- temporais, entre outras. Podemos observar também um desempenho inconstante com relação à aprendizagem da leitura e da escrita; Dificuldade com os sons das palavras e, consequentemente, com a soletração; Escrita incorreta, com trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; Relutância para escrever; Confusão entre letras de formas vizinhas, como “moite” por “noite”, “espuerda” por “esquerda”; Confusão entre letras foneticamente semelhantes: “tinda” por “tinta”, “popre” por “pobre”, “gomida” por “comida”; Omissão de letras e/ou sílabas, como “entrando” por “encontrando”, “giado” por “guiado”, “BNDT” por “Benedito”; Adição de letras e/ou sílabas: “muimto” por “muito”, “fiaque” por “fique”, “aprendendendo” por “aprendendo”; União de uma ou mais palavras e/ou divisão inadequada de vocábulos: “Eraumaves um omem” por “Era uma vez um homem”, “a mi versario” por “aniversário”; Leitura e escrita em espelho; Existem ainda outros sinais importantes de dislexia na idade escolar: Lentidão na aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita; Trocas ortográficas, dependendo do tipo de dislexia; Problema para reconhecer rimas e alterações; Desatenção e dispersão; Desempenho escolar abaixo da média, em matérias específicas, que dependem da linguagem escrita; Melhores resultados nas avaliações orais, do que nas escritas; Dificuldade de coordenação motora fina (para desenhar, escrever e pintar) e grossa (é descoordenada); Dificuldade de copiar as lições do quadro, ou de um livro; Problema na lateralidade (confusão entre esquerda e direita, ginástica) Dificuldades de expressão: vocabulário pobre, frases curtas, estruturas simples, sentenças vagas; Dificuldades em manusear mapas e dicionários; Esquecimento de palavras; Problema de conduta: retração, timidez excessiva e depressão; Desinteresse ou negação da necessidade de ler; Leitura demorada, silabadas e com erros. Esquecimento de tudo o que lê; Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo; Dificuldade em matemática, desenho geométrico e em decorar sequências; Desnível entre o que ouve e o que lê. Aproveita o que ouve, mas não o que lê; Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa; Não gosta de ir à escola; Apresenta “picos de aprendizagem”. Em alguns dias parece assimilar e compreender os conteúdos e em outros, parece ter esquecido o que tinha aprendido anteriormente; Pode evidenciar capacidade acima da média em áreas como: desenho, pintura, música, teatro, esporte, etc;

Quando um aluno demonstra contínua dificuldade com os problemas acima, deverá ser imediatamente encaminhado aos profissionais especializados, estes farão averiguações concretas. O diagnóstico deve sempre ser feito por uma equipe multidisciplinar composta de fonoaudiólogos, neuropsicólogos, psicólogos, e etc.

5- Como devem agir os pais ao perceber que o filho tem dislexia?

Tudo deve ser feito em PARCERIA com a escola. Constatado a dislexia, é fundamental que o professor esclareça em sala de aula quanto às dificuldades do colega, para que se mantenha um ambiente de respeito e consideração sem rejeições. Quero enfatizar a importância do acompanhamento dos pais com o disléxico, estes devem ser esclarecidos para que possam entender melhor as dificuldades que seu filho demonstra e ajudá-lo a contorná-las. A Associação Brasileira de Dislexia (ABD) através de seu site: www.dislexia.org.br disponibiliza ferramentas, apoio e recursos que os pais podem usar para lidar com o problema. Além de tudo isso, os pais devem encontrar uma escola que possa atender as necessidades do seu filho disléxico. As escolas devem oferecer adaptações do sistema escolar às necessidades do aluno disléxico, para que ele possa entrar em contato com experiências e informações, para a construção de sua aprendizagem. Não há uma escola perfeita, o fundamental então é selecionar uma escola que mais se adapte às prioridades da Criança, e acompanhar sistematicamente sua aprendizagem, contando com o auxílio de uma equipe multidisciplinar. A busca por uma escola é essencial, pois no Brasil, a maioria dos modelos de escola que conhecemos, públicas e particulares, geralmente não foram feitas para disléxicos. Um bom programa educacional para crianças disléxicas precisa estabelecer objetivos específicos de progresso para o ano letivo. É necessário dedicar muita atenção para que a dislexia seja superada; sendo assim, seja paciente com um aluno ou filho disléxico, e não deixe que ele sofra de baixa auto-estima. Incentive-o a buscar novas atividades e interesses, tais como esportes ou música, e sempre o recompense quando ele progredir em seus estudos.

6- Porque em pleno 2011, os educadores e as escolas ainda têm dificuldade em identificar a dislexia numa criança?

Eu tenho um sonho: O ideal seria que toda criança fosse testada para detectar se ela sofre de dislexia. Porém, o sistema educacional brasileiro é deficiente e há uma falta de recursos na maioria das escolas do País. Apesar das salas de aula estarem lotadas e apesar da falta de recursos para pesquisas, a dislexia precisa ser combatida. Muitos casos de dislexia passam despercebidos em nossas escolas por causa da falta de conhecimento dos educadores, dos pais e pelo próprio sistema de ensino que ignora as necessidades mais básicas de alfabetização. Eu morei no exterior por mais de vinte anos, e em minhas pesquisas descobri que em outros países a questão da dislexia, e de outros distúrbios de aprendizagem, está ligada aos assuntos de SAÚDE. Aqui no Brasil, insistimos que isso tudo é do ENSINO. Muitas vezes, crianças inteligentíssimas, mas que sofrem de dislexia, aparentam ser péssimos alunos; muitas dessas crianças se envergonham de suas dificuldades acadêmicas, abandonam a escola e se isolam de amigos e familiares. Muitos pais, ainda por falta de conhecimento, se envergonham de ter um filho disléxico e evitam tratar do problema. Isso é lamentável, pois crianças disléxicas que recebem um tratamento apropriado podem não apenas superar essa dificuldade, mas até utilizá-la como benefício para se sobressair pessoal e profissionalmente.

Não é suficiente incluir uma criança disléxica em sala de aula, precisamos, antes de tudo, de professores e coordenadores capacitados em dislexia para atender com eficiência as necessidades que estas crianças apresentam. A abrangência da inclusão escolar é muito ampla. Uma educação para todos precisa valorizar a diversidade em todos os sentidos, dinamizando e enriquecendo as relações e interações, despertando nos alunos o desejo de conhecer e conviver com grupos diferentes do seu. A escola é um lugar privilegiado de encontro com o outro, onde o respeito às diferenças deve prevalecer. Fica aqui um desafio para os professores: VOCÊ, COMO EDUCADOR, É CAPAZ DE ENSINAR DE ACORDO COM A NECESSIDADE DA CRIANÇA, OU ACHA QUE A CRIANÇA DEVE APRENDER DE ACORDO COM O SEU MÉTODO DE ENSINO?

7- Qual caminho os pais devem seguir ao constatar que o filho tem dislexia?

Além do que já falamos anteriormente quero acrescentar ainda que, assim como qualquer criança, os disléxicos necessitam do apoio dos pais. Não só para a satisfação das suas necessidades imediatas e físicas, mas também para ajudar na criação de mecanismos para superar suas dificuldades.

Usar exercícios criativos que envolvam a memória, tais como recitar poemas infantis em conjunto, ler poemas, utilizar mímica, teatro, falar de imagens, utilizar a ação, os jogos de tabuleiro, e cantar músicas, podem ser muito úteis.

Estas são algumas dicas/estratégias que também poderão ser importantes:

* Incentivar a prática de exercício físico, em que se promova o atirar, capturar, chutar bolas, saltar e treinar o equilíbrio;

* Incentivar a prática de atividades lúdicas e artísticas, como dança, pintura ou outra que a criança se sinta inclinada;

* Incentivar o gosto pela leitura, usando a linguagem dos livros — as imagens, as palavras e as letras — para perceber que os livros podem ser analisados, lidos e desfrutados;

* Mostrar como segurar um livro, de que forma ele abre, onde começa a história, onde é o topo da página e que direção segue o texto, apreciar as imagens;

* Promover o aspecto cultural: visitar museus, assitir peças de teatro ou musicais, conhecer outras cidades, etc

* Ajudar a criança disléxica a aprender a seguir instruções, por exemplo, “por favor pegue no lápis e coloque-o na caixa”, e fazer gradativamente sequências mais longas, por exemplo, “ir à prateleira, encontrar a caixa vermelha, trazê-la para mim”.

Incentive sempre a criança disléxica a repetir a instrução antes de realizar a tarefa desejada.

8- Existe alguma metodologia de ensino específica para crianças disléxicas?

O professor, quando preocupado com o desempenho e o progresso de um aluno, deve consultar os pais e a própria escola a fim de obter maiores informações sobre a vida escolar do aluno. Se a preocupação e os sinais persistirem, o professor deve sugerir, juntamente com o psicólogo da escola, um acompanhamento clínico especializado. Desta forma, tornará sua ajuda muito valiosa, já que não é o professor que fará as terapias e tratamento necessários, mas tem o dever de identificar e posteriormente dedicar-se de maneira especial ao aluno disléxico em sala de aula, resgatando também, sua autoconfiança.

O professor de um aluno disléxico deve rever suas estratégias metodológicas e descobrir habilidades nestes alunos, para que eles possam descobrir-se, conhecer-se e possivelmente destacar-se em outras áreas, pois se os disléxicos fracassarem no período escolar, significa que não fracassaram sozinhos: a escola, desde o gestor até o professor, também fracassou.

Não há um só tratamento, ou intervenção escolar, que seja adequado a todas as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos e intervenções enfatiza a assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e fluência na leitura. Esses tratamentos e intervenções ajudam o disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim, frases. É aconselhável que a criança disléxica leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la. É importante saber que ajudar disléxicos a melhorar sua leitura é muito trabalhoso e exige muita atenção e repetição. Mas um bom tratamento e intervenção adequados, certamente rendem bons resultados. Alguns estudos sugerem que quando administrados ainda cedo na vida escolar de uma criança, podem amenizar e até mesmo corrigir as falhas nas conexões cerebrais.

9- O que fazer para facilitar a vida de uma criança disléxica?

Crianças precisam de amor… Uma criança disléxica precisa de muito amor e da conscientização, pelos pais e professores de três regras básicas: Nunca julgue; Nunca critique e Nunca condene!

Se os pais e professores sabem que a dislexia persiste, apesar da boa escolaridade. É necessário que estejam cientes de que um alto número de crianças sofre de dislexia. Se você julgar, certamente confundirá dislexia com preguiça ou má disciplina. E, se critica, certamente verá que as crianças disléxicas expressam sua frustração por meio de mal-comportamento, dentro e fora da sala de aula. Portanto, pais e educadores devem saber identificar, sem condenar, os sinais que indicam que uma criança é disléxica – e não preguiçosa, pouco inteligente ou mal-comportada.

10- Para finalizar deixe-nos as suas considerações finais sobre o tema ‘Dislexia’ que julgar importante ser esclarecido.

Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala – que qualquer criança acaba adquirindo – a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada. Crianças disléxicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita com que a criança se atrase na escola ou passe a detestar estudar.

O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança, apesar de estudar numa boa escola, tem grande dificuldade em assimilar o que é ensinado pelo professor. Crianças cujo desenvolvimento educacional é retardatário podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia. O melhor procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem a criança para averiguar se ela é disléxica. A dislexia não é o único distúrbio que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.

São muitos os sinais que identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a confundir letras com grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não-disléxicas, freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ou ao contrário. No Jardim de Infância, crianças disléxicas demonstram dificuldade ao tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas. Na primeira série, elas não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar fonemas e reclamam que ler é muito difícil. Da segunda à quinta série, crianças disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras; elas também freqüentemente confundem palavras. Esses são apenas alguns dos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia.

Um último esclarecimento: A dislexia é tão comum em meninos quanto em meninas.




Outros comentários também podem ser encontrados em meu livro:

Sou Disléxico… E daí? Disponível no site: www.mbooks.com.br

Ou em meu site: http://www.heliomagrifilho.com.br/
 
 
FONTE DE PESQUISA: http://www.bigmae.com/o-que-e-dislexia-entrevista-com-helio-magri-filho/

A Princesa Dislexica : Beatrice recebe diploma da faculdade com a presença dos pais

Ela tem dislexia e foram necessárias aulas extras para ajudá-la a ler e escrever durante a faculdade. No entanto, a jovem não procurará emprego na área, uamv ez que já ajuda a mãe em trabalhos sociais e de caridade. Beatrice é prima dos príncipes Harry e William, e a quinta na linha sucessória do trono da Rainha Elizabeth II

  Getty Images

Princesa Beatrice recebeu o diploma da tradicional faculdade Goldsmiths, na sexta-feira (9), por ter cursado três anos de Filosofia e História com a presença dos pais. O duque e a duquesa de York, respectivamente, príncipeAndrew e a mulher, Sarah Ferguson. A monarca de 23 anos ganhou destaque nas redes sociais depois de ter usado um chapéu no formato de um "vaso sanitário" no casamento de William com Kate Middleton, em abril


Na cerimônia de graduação, a Duquesa de York usou um bracelete de ouro com o nome da filha. No Twitter, Sarah escreveu: "Estou tão orgulhosa por seu diploma. Como bons pai/mãe, fizemos um bom trabalho".

FONTE DE PESQUISA: http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI264113-9531,00-PRINCESA+BEATRICE+RECEBE+DIPLOMA+DA+FACULDADE+COM+A+PRESENCA+DOS+PAIS.html

Vetado projeto de lei que mantém diagnóstico de dislexia nas escolas.

por Fernanda Ribeiro
Proposta prevê distribuição de cartilha que orienta professores da rede pública de ensino sobre formas de estimular os alunos




Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados reacendeu o debate sobre diagnóstico e tratamento da dislexia. Proposto pelo senador Gerson Camata (PMDB) e relatado na Comissão de Educação da Câmara pela deputada Mara Gabrilli (PSDB) no dia 24 de agosto, prevê a manutenção de programa de diagnóstico e tratamento de dislexia e de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) para alunos do ensino básico. O resultado da votação foi dado como indefinido, por pedido de visto do deputado Nazareno Fonteles (PT).


Estima-se que até 15% da população mundial tenha algum transtorno de aprendizagem, sendo a dislexia – grande dificuldade para aprender a ler e a escrever – o mais comum. Segundo a neuropsicóloga Maria Inez Ocanã de Luca, da Associação Brasileira de Dislexia (ABD), antes de ser diagnosticada com dislexia, a criança com dificuldades de aprendizagem deve ser submetida a exames médicos de visão e de audição – procedimento que não raro detecta alguma deficiência sensorial e assim exclui a possibilidade de transtorno de aprendizagem. Só em seguida passa por testes neuropsicológicos e pedagógicos, para avaliar se há um ou mais distúrbios.

“É importante frisar que não há déficit cognitivo na dislexia. A inteligência da criança com o transtorno é igual à de qualquer outra. O que ela tem é apenas mais dificuldade para lidar com a palavra escrita”, diz Maria Inez. Segundo a neuropsicóloga, a dislexia tem causa neurológica e é hereditária. Estudos apontam que, quando um dos pais tem dislexia, a probabilidade de ter um filho com o mesmo problema é de 40%. “É comum a confusão entre o distúrbio e a falta de estímulo dos pais e professores. A dislexia, na verdade, é causada por alterações anatômicas no hemisfério esquerdo do cérebro”, diz Maria Inez. Ela pode surgir associada a outros distúrbios, como o déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), caracterizado por sinais claros e repetitivos de desatenção, inquietude e impulsividade. Esta comorbidade, isto é, a concomitância de mais de um transtorno de aprendizagem, divide a opinião de especialistas quanto à precisão do diagnóstico de dislexia.

Em 2008, o Conselho Regional de Psicologia (CRP), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram um manifesto contra o projeto. A crítica principal é a “medicalização” de uma questão que envolve complexos fatores externos, como sistema educacional inadequado e excludente. Nesse caso, o diagnóstico seria uma forma de estigmatização. Outro argumento é que o distúrbio seria mais recorrente em crianças de famílias de baixa renda, cujos pais, também com problemas de escolarização, não conseguiriam auxiliá-las.


O projeto de lei prevê a distribuição na rede pública de ensino de uma cartilha multissensorial de alfabetização, aprovada pelo Ministério da Educação (MEC). O material incentiva professores a estimular os pequenos com outras formas de percepção – como letras em alto-relevo e discernimento dos sons das letras (umas das principais dificuldades da dislexia) – e a aconselhar os pais a encaminhar a criança para ajuda profissional. "São crianças com inteligência normal, mas chamadas de burras, por isso muitas têm problemas de autoestima e algumas chegam a desenvolver depressão na vida adulta. Diagnóstico e intervenção precoce podem prevenir esses problemas", diz Maria Inez. A redação de Mente e Cérebro entrou em contato com a Comissão de Educação e com o gabinete da deputada Mara Gabrilli, mas não obteve resposta sobre quando e em qual instância haverá nova votação.

Fernanda Ribeiro Fernanda Ribeiro é jornalista, editora-assistente de Mente e Cérebro.


FONTE DE CONSULTA: http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/vetado_projeto_de_lei_que_mantem_diagnostico_de_dislexia_nas_escolas.html

Dislexia: saiba mais sobre o distúrbio.

Em entrevista exclusiva à CRESCER, Hélio Magri Filho, autor do livro Sou Disléxico e Daí? (Ed. M. Books, R$ 29) e membro da Associação Brasileira de Dislexia, conta as dificuldades que enfrentou durante a infância antes de descobrir que era disléxico. Ele alerta os pais sobre os primeiros sinais que a criança demonstra e a melhor forma de lidar e tratar o distúrbio.

Bruna Menegueço

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CRESCER: Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou quando era criança?


Hélio Magri Filho: Tive muita dificuldade para aprender e me comportar. Na escola, a leitura era um enorme problema. Não conseguia decodificar símbolos e sons nem coordenar o esforço necessário para desenhar as letras. Os números também representavam um amontoado de incógnitas sem significado. Isso afetou as minhas relações de amizade e com a minha família. Com tanta discriminação, perdi a confiança em mim e minha autoestima foi parar lá embaixo. Talvez, esse seja o maior problema que uma criança disléxica vai enfrentar durante a vida. Se não entendemos quem somos, como poderemos entender a vida como ela é? Como tudo na vida parece ter sempre um jeito, eu criava estratégias para lidar com números, evitava leituras em voz alta, alegava sempre algum mal estar súbito e outras tantas desculpas.

C: Quando você descobriu que tinha dislexia?

H.M.F.: Nos anos da ditadura saí do Brasil e fui morar no exterior. Em alguns países, os recursos são mais disponíveis, mas só aos 40 anos consegui dar nome à minha dificuldade existencial – fui diagnosticado como portador de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperartividade), do tipo desatento, discalculia e dislexia.

C. Qual foi a atitude de seus pais?

H.M.F.: Meus pais, e acho que seja o caso da maioria deles, não entendiam e não aceitavam que isso pudesse ser alguma coisa além de preguiça. Por isso, o sofrimento – e a frustração - deles foi grande.

C: A partir de que idade uma criança começa a apresentar os primeiros sinais de dislexia? Quais são eles?


H.M.F.: A dislexia pode ser identificada nos primeiros anos escolares, após a criança ser alfabetizada. É importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para aumentar as chances de superar ou conviver melhor com os sintomas. Os principais sinais são dificuldade em fazer cálculos mentais, em organizar tarefas, lidar com noções de tempo e espaço. O aprendizado de ler e escrever é inconstante, assim como a dificuldade com os sons das palavras e soletração. Na hora de escrever, é comum haver trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; além de fácil dispersão.

C: O que os pais devem observar no comportamento das crianças quando começam a desconfiar que ela pode ter dislexia?

H.M.F.: Na maioria dos casos de dislexia confirmados no mundo, as famílias apresentam histórico de problemas. Podem ser os pais, mães, avôs, avós, tios e até mesmo primos. O cérebro dos disléxicos é normal, mas processa informações em área diferentes daquelas usadas pelo cérebro de um não-disléxico. Portanto, de modo geral, se seu filho demonstra dificuldades em aprender alguma coisa, se você acha que ele está demorando muito a aprender a pronunciar palavras, ou que o desempenho dele deixa muito a desejar, não só o escolar, mas nas atividades em geral, observe-o com mais atenção.

C: Como é o tratamento da dislexia?

H.M.F.: Existem basicamente dois métodos de tratamento: o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fônico deve começar logo no início da alfabetização. O mais importante é procurar ajuda especializada, como um psicólogo infantil, assim que perceber os primeiros sintomas.
 
FONTE DE PESQUISA: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI262103-15069,00-DISLEXIA+SAIBA+MAIS+SOBRE+O+DISTURBIO.html

Especialista explica as causas e o tratamento para a dislexia

Reprodução/TV Globo

Quinta - 01/09/11 10h01, atualizado em 01/09/11 10h37

Os disléxicos apresentam problemas no sistema proprioceptivo, que é responsável pela percepção do corpo em relação ao meio ambiente

Uma criança inteligente, mas que tem dificuldade para aprender a ler, e a se concentrar na sala de aula, pode ter um problema chamado dislexia, que, em grego, significa “palavra difícil”. Por ser uma disfunção do processamento da escrita no cérebro, a pessoa disléxica geralmente escreve palavras com letras fora de ordem e confunde esquerda com direita.



De acordo com a médica Liana Ventura (foto), os disléxicos apresentam problemas no sistema proprioceptivo, que é responsável pela percepção do corpo em relação ao meio ambiente. “Esse sistema está localizado nos olhos, no tato, nos ouvidos, ou seja, ele une todos os órgãos de sentido do corpo. Por isso que a criança disléxica é muito inquieta e tem dificuldade de focar, de se concentrar”, explica.

A dislexia pode ser causada por fatores genéticos e sócio-econômicos. “Pais disléxicos têm de 30% a 50% de chances ter filhos com dislexia. Outra causa por ser sócio-econômica, quando as crianças não dispõem de educação adequada ou também a oferta da informação não está adequada”, diz a especialista.

Essa disfunção se inicia na infância e pode durar por toda a vida. Segundo Liana Ventura, hoje é possível fazer um tratamento, onde o paciente é reintegrado no meio social. “O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar. E também o uso de óculos com lentes especializadas para propriocepção, que facilita a captação da informação visual em relação ao meio ambiente”, explica.

PALESTRA

Dislexia e Síndrome da Deficiência Postural serão temas de um curso de será realizado na Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), nesta quinta-feira (1º), às 18h. O evento apresentará os tipos de distúrbios de aprendizagem desencadeados pela dislexia, além do seu diagóstico e tratamento.

Um dos palestrantes convidados é o médico Orlando Alves da Silva, responsável pelo Departamento de Estrabismo e Ortóptica do Hospital Universitário de Santa Maria, em Lisboa. O curso, que é promovido pela Fundação Altino Ventura e I Gerência Regional de Saúde, é destinado a profissionais e estudantes das áreas de educação e saúde.

As inscrições já estão abertas e podem ser realizadas por meio do endereço sdpdislexia@gmail.com. A entrada é franca. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones: 3184.4101 e 3184.4104.

FONTE DE PESQUISA: http://201.7.176.161/noticias/cidades/saude/2011/09/01/NWS,538243,4,62,NOTICIAS,766-ESPECIALISTA-EXPLICA-CAUSAS-TRATAMENTO-DISLEXIA.aspx

Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.