junho 19, 2012

Cinco perguntas sobre dislexia

Nem sempre as dificuldades dos alunos com a leitura e a escrita são sinônimo de dislexia - aliás, raramente são! Conheça cinco respostas essenciais para entender melhor o problema

Dislexia
Embora muitos já tenham ouvido falar de dislexia, pouca gente conhece as características do transtorno e a frequência com que realmente ocorre na escola. O que, de fato, é sintoma do problema? Por que ele é tão confundido com outras dificuldades de aprendizagem? O que a escola deve fazer a respeito? Veja cinco respostas sobre essas e outras questões. A consultoria é de Fábio Pinheiro, fonoaudiólogo do Laboratório de Investigação dos Desvios da Aprendizagem da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

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1. O que é dislexia?

É um transtorno de aprendizagem que faz com que a criança ou adolescente apresente dificuldades para associar as letras e sílabas com seus sons correspondentes. De origem genético-neurológica, tem como característica uma alteração na parte do cérebro responsável pelo processamento da linguagem. É como se o disléxico enxergasse um punhado de letras numa sopa de letrinhas, sem um signifcado claro.
O obstáculo principal é converter o som em sinal gráfico (e o contrário também). Isso gera, por exemplo, problemas na leitura (mais lenta e silabada - com troca da sílaba tônica) e na escrita (erros ortográficos como inversões ou omissões das letras).
Esta condição permanece durante toda a vida acadêmica, da pré-escola ao ensino superior. Mas atenção: o disléxico tem uma inteligência normal e sua compreensão oral é preservada, assim como o raciocíonio lógico-matemático. Ou seja, o indivíduo tem uma dificuldade localizada, que não compromete 0 aprendizado global.
É muito diferente, por exemplo, de um transtorno de aprendizagem. Um aluno com esse problema tem um acometimento nas habilidades de leitura e escrita - como um disléxico -, mas vai apresentar dificuldades em todas as outras áreas do aprendizado, incluindo as habilidades relacionadas ao raciocínio lógico matemático e à compreensão oral, que não ocorrem como manifestação da dislexia.


2. A quantidade de alunos considerados "disléxicos" é exagerada?
Na opinião de muitos especialistas, sim. Há duas razões para isso. A primeira é a  falta de preparo para identificar os sinais de dislexia e de outros desvios de aprendizagem por parte dos educadores. Esta realidade mostra que é preciso investir na capacitação para identificar os sinais da maneira correta e desenvolver estratégias que minimizem o impacto na vida da criança e adolescente que realmente tem o transtorno.
Mas o segundo motivo é o principal responsável no exagero no total de diagnósticos: a tendência de relacionar as causas do fracasso escolar a distúrbios de saúde. Em geral, raciocínios do tipo "se o aluno está um pouco atrás do resto da turma e ainda não consegue ler direito, então é disléxico" não se sustentam. Em sua maioria, as dificuldades de aprendizagem têm outras origens: pode ser uma falta de familiaridade com o tema (como no caso de alunos em alfabetização com pouco acesso a textos escritos fora da escola), um ritmo de aprendizado diferente e mesmo uma inadequação com a metodologia de ensino da escola.
A dislexia, por sua vez, é uma condição relacionada à genética e ao sistema neurológico. Como há semelhanças nos sinais mais aparentes, algumas crianças são erroneamente rotuladas como disléxicas. Vale lembrar que apenas um profissional especialista pode dar um diagnóstico correto.
3. O que faz com que dislexia seja confundida com outras dificuldades de aprendizagem?
Retomando a explicação da pergunta 1, lembramos que a criança disléxica pode apresentar uma leitura mais lenta e silabada, além de erros ortográficos como inversões ou omissões das letras. Um rápida reflexão revela que essas são dificuldades semelhantes àquelas do início da alfabetização para qualquer criança, quando elas devem adquirir o domínio alfabético e a compreensão de que a escrita é uma representação da fala.
Infelizmente é comum que estes erros sejam considerados por alguns professores como sinais de dislexia, quando na verdade são inerentes ao processo de alfabetização - ou, se persistentes, podem ser apenas o resultado de uma metodologia de ensino que não focou tais habilidades e que permitiu o prosseguimento dos erros comuns dos primeiros anos. Por isso é fundamental avaliar todo o contexto e conhecer o percurso acadêmico do aluno, avaliando seu nível de aprendizagem para saber se ele realmente tem algum desvio.

4. O que a escola deve fazer? A escola tem papel central. Cabe a ela orientar todos os profissionais envolvidos, como coordenadores, professores e demais funcionários, instruindo-os para uma prática pedagógica com base nos conhecimentos científicos da área, evitando confusões entre as dificuldades de aprendizagem. Se a escola já tem um aluno disléxico, deve oferecer acompanhamento individualizado. A orientação dos pais e familiares é outra responsabilidade. Formas de cumpri-la incluem encontros, palestras e discussões com especialistas, desmistificando a dislexia e mostrando que existe em menor proporção do que se imagina.

Já o professor é o responsável por levantar os primeiros sinais e fazer os encaminhamentos para a busca de diagnóstico com um profissional especializado (neurologista, psicopedagogo ou fonoaudiólogo). Ele deve adequar o tempo das atividades propostas e criar estratégias que favoreçam a participação deste aluno em sala de aula. Também é possível fornecer o material que será exposto na lousa já impresso, com esquemas e organogramas ilustrativos, reforçando oralmente o conteúdo - já que o disléxico tem a compreensão oral preservada - e segmentando as atividades mais extensas.

5. Como é o tratamento?
Ele tem como base a terapia fonoaudiológica, em que a parceria dos pais e da escola é decisiva. A terapia consiste em encontros semanais com o fonoaudiólogo, que utiliza estratégias para aprimorar a fluência, a velocidade e a compreensão da leitura oral e silenciosa. Em geral, estes atendimentos contemplam o trabalho com os sons e a representação gráfica da fala.


copia do site: http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/cinco-perguntas-dislexia-688413.shtml

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Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.