setembro 10, 2011

Dislexia: saiba mais sobre o distúrbio.

Em entrevista exclusiva à CRESCER, Hélio Magri Filho, autor do livro Sou Disléxico e Daí? (Ed. M. Books, R$ 29) e membro da Associação Brasileira de Dislexia, conta as dificuldades que enfrentou durante a infância antes de descobrir que era disléxico. Ele alerta os pais sobre os primeiros sinais que a criança demonstra e a melhor forma de lidar e tratar o distúrbio.

Bruna Menegueço

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CRESCER: Quais foram as principais dificuldades que você enfrentou quando era criança?


Hélio Magri Filho: Tive muita dificuldade para aprender e me comportar. Na escola, a leitura era um enorme problema. Não conseguia decodificar símbolos e sons nem coordenar o esforço necessário para desenhar as letras. Os números também representavam um amontoado de incógnitas sem significado. Isso afetou as minhas relações de amizade e com a minha família. Com tanta discriminação, perdi a confiança em mim e minha autoestima foi parar lá embaixo. Talvez, esse seja o maior problema que uma criança disléxica vai enfrentar durante a vida. Se não entendemos quem somos, como poderemos entender a vida como ela é? Como tudo na vida parece ter sempre um jeito, eu criava estratégias para lidar com números, evitava leituras em voz alta, alegava sempre algum mal estar súbito e outras tantas desculpas.

C: Quando você descobriu que tinha dislexia?

H.M.F.: Nos anos da ditadura saí do Brasil e fui morar no exterior. Em alguns países, os recursos são mais disponíveis, mas só aos 40 anos consegui dar nome à minha dificuldade existencial – fui diagnosticado como portador de TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperartividade), do tipo desatento, discalculia e dislexia.

C. Qual foi a atitude de seus pais?

H.M.F.: Meus pais, e acho que seja o caso da maioria deles, não entendiam e não aceitavam que isso pudesse ser alguma coisa além de preguiça. Por isso, o sofrimento – e a frustração - deles foi grande.

C: A partir de que idade uma criança começa a apresentar os primeiros sinais de dislexia? Quais são eles?


H.M.F.: A dislexia pode ser identificada nos primeiros anos escolares, após a criança ser alfabetizada. É importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes para aumentar as chances de superar ou conviver melhor com os sintomas. Os principais sinais são dificuldade em fazer cálculos mentais, em organizar tarefas, lidar com noções de tempo e espaço. O aprendizado de ler e escrever é inconstante, assim como a dificuldade com os sons das palavras e soletração. Na hora de escrever, é comum haver trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas; além de fácil dispersão.

C: O que os pais devem observar no comportamento das crianças quando começam a desconfiar que ela pode ter dislexia?

H.M.F.: Na maioria dos casos de dislexia confirmados no mundo, as famílias apresentam histórico de problemas. Podem ser os pais, mães, avôs, avós, tios e até mesmo primos. O cérebro dos disléxicos é normal, mas processa informações em área diferentes daquelas usadas pelo cérebro de um não-disléxico. Portanto, de modo geral, se seu filho demonstra dificuldades em aprender alguma coisa, se você acha que ele está demorando muito a aprender a pronunciar palavras, ou que o desempenho dele deixa muito a desejar, não só o escolar, mas nas atividades em geral, observe-o com mais atenção.

C: Como é o tratamento da dislexia?

H.M.F.: Existem basicamente dois métodos de tratamento: o multissensorial e o fônico. Enquanto o método multissensorial é mais indicado para crianças mais velhas, que já possuem histórico de fracasso escolar, o método fônico deve começar logo no início da alfabetização. O mais importante é procurar ajuda especializada, como um psicólogo infantil, assim que perceber os primeiros sintomas.
 
FONTE DE PESQUISA: http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI262103-15069,00-DISLEXIA+SAIBA+MAIS+SOBRE+O+DISTURBIO.html

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Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.