julho 13, 2010

Dislexia dificulta a leitura e escrita e traz prejuízos para a aprendizagem


Revista Época


O ator Tom Cruise sofre com o problema. Outras personalidades que vão do físico Albert Einstein à escritora Agatha Christie e o pintor Pablo Picasso também tiveram de se adaptar. Todos eles são exemplos de pessoas atingidas pela dislexia, um distúrbio de leitura e escrita que acomete cerca de 15% das crianças em idade escolar. A disfunção não tem cura, até porque não é considerada uma doença. A boa notícia é que, assim como seus pares famosos, o disléxico pode aprender a controlar e encontrar formas de lidar com essa dificuldade que, em muitos casos, vai acompanhá-lo pelo resto da vida. Outro detalhe: muitos adultos convivem com o problema sem nunca descobrir o que os faz ler devagar ou o porquê dos constantes erros de português, encarando como seu ponto fraco.

O diagnóstico de dislexia é por exclusão. Por isso, não é tão fácil determinar se uma criança tem o distúrbio. O disléxico tem inteligência normal e não apresenta outras disfunções neurológicas (problemas mentais), sensoriais (surdez ou visão) e emocionais (depressão).

Em geral, durante o processo de alfabetização, as crianças apresentam sinais como trocar letras com sonoridade semelhante como "p" e "q" ou "d" e "b". É comum também a inversão de palavras — trocar prato por pato, por exemplo —, de segmentação (escrever "em bora" em vez de "embora"). Dificuldades para juntar sílabas, na leitura e na memorização de textos, também são comuns.

Por conta desse processo, a criança pode ter problemas em todas as matérias. Além disso, ler em voz alta ou escrever se torna uma tortura para o aluno. "Todas as crianças disléxicas criam uma resistência à leitura. Elas fogem de material impresso", explica a psicopedagoga Silvia Amaral, do Centro de Aprendizagem e Desenvolvimento (CAD). "Além disso, elas se consideram incapazes e escrevem pouco", completa.

Para o fonoaudiólogo Jaime Luiz Zorzi, diretor do Centro de Especialização em Fonoaudiologia Clínica (Cefac), o trauma diante da leitura e da escrita pode ser grande. "As crianças disléxicas são sensíveis e percebem que não estão correspondendo às expectativas da família", diz. "Um sinal importante para os pais é a mudança de comportamento dessa criança. De repente, ela não se recusa a ler e escrever", lembra o especialista.

O publicitário Eduardo de Almeida Tosello, de 25 anos, é um exemplo de como ler pode se tornar um problema para o disléxico. Até os 19 anos, Tosello não sabia que tinha dislexia, mesmo passando por vários médicos. "Sempre tive dificuldades, mas não entendia o motivo", conta. "Tinha medo de ler em público e horror a emprestar meu caderno para alguém. Quando descobri que era disléxico e comecei o tratamento foi um alívio", afirma. Com o tratamento, Tosello também aproveitou para seguir carreira na sua área preferida: Comunicação Social. "Achava que o problema era comigo e me cobrava muito por isso. Todas as pessoas seguem um caminho para ler ou escrever e tive de entender que a minha linha de pensamento é outra", completa.

As escolas ainda são as maiores responsáveis pelo encaminhamento de crianças com dislexia para os especialistas. Segundo Zorzi, isso também vai depender da unidade. "Algumas escolas têm tolerância zero. Se a criança não acompanha, já manda para o tratamento", afirma. "Outras são mais tolerantes com crianças que têm um aprendizado mais lento. E, muitas vezes, não se trata mesmo de dislexia", avalia.

Para os pais, algumas manifestações da dislexia podem ser percebidas em casa e não apenas na sala de aula. Zorzi cita algumas, como a dificuldade em acompanhar o programa escolar, a falta de perseverança para superar dificuldades e também evitar situações de leitura e escrita.

Unifesp pesquisa software - O setor de Fonoaudilogia, juntamente com o Departamento de Informática para Ciências da Saúde da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), vai desenvolver um software capaz de ajudar no diagnóstico precoce de pessoas que sofrem com a dislexia. Segundo Clara Brandão de Ávila, professora-adjunta de Distúrbios da Comunicação Humana, da Unifesp, o programa vai servir de apoio na identificação do distúrbio de leitura. "O programa grava e analisa a leitura da criança", explica Clara. "Com isso, o computador vai nos mostrar, por exemplo, que tipo de palavras ela erra mais e qual rota ela usa na leitura", completa.

A informática é encarada como uma das melhores ferramentas de apoio no diagnóstico da dislexia também na escrita. A Unifesp trabalha em um projeto inicial no desenvolvimento de outro programa específico para essa área. De acordo com Clara, um software europeu já é usado na análise de textos. A idéia agora é adaptar a mesma regra ao Brasil.

Até agora, os pesquisadores ainda não determinaram as causas da dislexia. Uma das hipóteses é de que as pessoas com esse distúrbios tenham pequenas alterações neurológicas, algo semelhante ao que determina, por exemplo, a dificuldade para o cálculo ou raciocínio espacial presente em algumas pessoas. Mesmo assim, já se sabe que a dislexia tem ligação com a hereditariedade. Crianças disléxicas, muitas vezes, têm pais, tios ou avós com o problema.

Segundo Clara, alguns sinais na fase pré-escolar também podem ser indícios do problema, mas o diagnóstico é mais difícil, como dificuldades em separar sílabas e lidar com os sons na fala.

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Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.