maio 15, 2010

O que é Etimologicamente DISLEXIA?





Etimologicamente, a palavra “Dislexia” é composta pelos radicais “dis”, que se refere a uma ideia de difícil e “lexia”, que significa palavra. No seu sentido literal, o termo refere-se, portanto, a dificuldades na aprendizagem da palavra (Montenegro, 1974). Nos últimos anos, o conceito tornou-se mais específico, designando uma síndrome determinada, que se manifesta em dificuldades de distinção ou memorização de letras ou grupos de letras e problemas de ordenação, de ritmo e de estruturação das frases (Torres e Fernandéz, 2001).

Nos anos 70, a Dislexia era considerada uma doença social grave, que afectava um elevado número de alunos, considerados “pacientes”, como podemos constatar através das palavras de Montenegro (1974). “As percentagens de escolares afectados pela Dislexia e pela disortografia são verdadeiramente notórias para que o fenómeno deixe de constituir um grave problema para os próprios pacientes, os pais, os mestres, os especialistas” (pág. 6).


Nos dias de hoje
Nos dias de hoje, as dificuldades de leitura e escrita continuam a constituir um dos principais obstáculos que surgem ao longo da escolarização, na medida em que, além da dificuldade na aquisição da leitura ou escrita em si, causam dificuldades em outras áreas de aprendizagem, condicionando todo o percurso escolar do aluno. As dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita podem ser consideradas como dificuldades que se manifestam na aquisição de competências básicas, sobretudo na fase de descodificação, as quais se mantêm posteriormente na fase de compreensão e interpretação de textos (Rebelo, 1993).


Rebelo (1993) divide os problemas na aprendizagem da leitura e escrita em dois tipos: gerais e específicos. Os primeiros resultam de factores exteriores ao indivíduo ou a ele inerentes, no caso de se tratar de uma deficiência. Os factores extrínsecos podem envolver situações adversas à aprendizagem normal, como o edifício escolar, organização, pedagogia e didáctica deficientes, abandono escolar, relações familiares e sociais perturbadas ou meio sócio-económico e cultural desfavorecido. Os factores inerentes ao indivíduo referem-se à presença de uma ou mais deficiências declaradas. Tendo em conta a referência a aspectos como a presença de uma deficiência ou o meio social e cultural desfavorecido, este tipo de problemas não poderia ser incluído na categoria das Dificuldades de Aprendizagem, na medida em que estas excluem, por definição, estes factores causais.


Os problemas específicos de aprendizagem da leitura e escrita situam-se, segundo o autor, ao nível cognitivo e neurológico não existindo para os mesmos, explicação evidente. Este défice era associado, inicialmente, a uma perturbação neurológica provocada por um traumatismo adquirido, com afectação do cérebro. À medida que a investigação na área se desenvolveu, a etiologia da Dislexia tornou-se mais esclarecedora, nomeadamente no sentido em que se constatou que esta surgia também em indivíduos com uma inteligência normal, sem problemas neurológicos ou físicos evidentes. Além disso, não apresentavam problemas emocionais ou sociais e não provinham de meios sócio-económicos e culturais desfavorecidos (Torres e Fernandéz, 2001). Assim, quando o indivíduo, apesar de reunir condições favoráveis para a aprendizagem da leitura, manifesta inesperadas dificuldades, então apresenta dificuldades específicas de leitura (Citoler, 1996 cit. in Cruz, 1999).


Existem várias expressões semelhantes para definir as dificuldades específicas de leitura, mas o termo tradicionalmente mais utilizado é o de Dislexia (Rebelo, 1993). A Federação Mundial de Neurologia define-a como “a dificuldade na aprendizagem da leitura, independentemente da instrução convencional, adequada inteligência e oportunidade sociocultural. Depende, portanto, fundamentalmente, de dificuldades cognitivas, que são frequentemente de origem constitucional” (1968, cit. in Fonseca, 1999, pág. 290).

Nesta perspectiva, a Dislexia é considerada uma perturbação da linguagem que se manifesta na dificuldade de aprendizagem da leitura e da escrita, em consequência de atrasos de maturação que afectam o estabelecimento das relações espácio-temporais, a área motora, a capacidade de discriminação perceptivo-visual, os processos simbólicos, a atenção e a capacidade numérica e/ou a competência social e pessoal, em sujeitos que apresentam um desenvolvimento adequado para a idade e aptidões intelectuais normais (Torres e Fernandéz, 2001).

Segundo as mesmas autoras, esta concepção de Dislexia como um atraso específico de maturação, permite que a mesma seja entendida como uma perturbação evolutiva e não patológica, o que apresenta consideráveis vantagens no domínio da avaliação e da intervenção, nomeadamente permitindo a identificação de diferentes tipos de Dislexia.


Características

A partir dos inúmeros estudos realizados ao longo do tempo, é possível identificar um conjunto de características atribuídas às crianças e jovens com Dislexia, as quais consideramos importante referir, na medida em que pode constituir informação útil na sua detecção precoce.

Segundo Torres e Fernandéz (2001) as características da Dislexia podem agrupar-se em dois grandes blocos: comportamentais e escolares. Na primeira categoria as autoras incluem a ansiedade, a insegurança, a atenção instável ou o desinteresse pelo estudo. Relativamente às características escolares, as autoras referem um ritmo de leitura lento, com leitura parcial de palavras, perda da linha que está a ser lida, confusões na ordem das letras (ex.: sacra em vez de sacar), inversões de letras ou palavras (ex: pro em vez de por) e mescla de sons ou incapacidade para ler fonologicamente.

Fonseca (1999) aponta outro tipo de características globais de comportamento, mais relacionadas com aspectos de maturação e de desenvolvimento global. O autor indica problemas nas seguintes áreas:

a) Lateralização e orientação direita – esquerda;

b) Noção do corpo;

c) Orientação no espaço e no tempo;

d) Representação espacial;

e) Coordenação de movimentos:

f) Memória;

g) Grafismo e expressão oral.

De um modo mais específico, o autor indica também dificuldades no plano auditivo e no plano visual. Estas características estão relacionadas, respectivamente, com a Dislexia Auditiva e com a Dislexia Visual, dois dos tipos mais mencionados de Dislexia (Myklebust e Johnson, 1962 cit. in Valeti, 1990; Myklebust e Johnson, 1991 cit. in Cruz, 1999; Fonseca, 1999).

Assim, os problemas característicos dos indivíduos com Dislexia Auditiva são os seguintes:

1) Problemas na captação e integração de sons;

2) Não-associação de símbolos gráficos com as suas componentes auditivas;

3) Não-relacionação dos fonemas com os monemas (partes e todo da palavra);

4) Confusão de sílabas iniciais, intermédias e finais;

5) Problemas de percepção e imitação auditiva;

6) Problemas de articulação;

7) Dificuldades em seguir orientações e instruções;

8) Dificuldades de memorização auditiva;

9) Problemas de atenção;

10) Dificuldades de comunicação verbal.

Relativamente à Dislexia Visual, Fonseca (1999) indica como principais características as seguintes:

1) Dificuldades na interpretação e diferenciação de palavras;

2) Dificuldades na memorização de palavras;

3) Confusão na configuração de palavras;

4) Frequentes inversões, omissões e substituições;

5) Problemas de comunicação não verbal;

6) Problemas na grafomotricidade e na visuomotricidade;

7) Dificuldades na perepção social;

8) Dificuldades em relacionar a linguagem falada com a linguagem escrita.


Avaliação Diagnóstica

A correcta identificação da Dislexia e dos factores que estão na sua origem passa por uma avaliação estruturada que, segundo Torres e Fernandéz (2001), deve envolver as áreas neuropsicológica e linguística, já que a sua utilização conjunta permite avaliar tanto o comportamento (os défices na leitura) como os problemas associados a este.


A avaliação neuropsicológica permite conhecer a natureza do fracasso na leitura, recolhendo informação acerca das capacidades da criança que permita despistar uma possível origem comportamental ou disfunção neurológica. As principais áreas de exploração desta avaliação, segundo as autoras, são a percepção, a motricidade, o funcionamento cognitivo, a psicomotricidade, o funcionamento psicolinguístico, a linguagem e o desenvolvimento emocional.

A avaliação psicolinguística incide sobre os processos implicados na leitura, avaliando tarefas de vocalização, tarefas de decisão lexical, tarefas de decisão semântica e tarefas de processamento visual.


Além desta avaliação, a recolha prévia de informação de carácter desenvolvimental, educativo, médico e social permite um melhor enquadramento da situação de cada criança.

No quadro que se segue, fazemos um resumo das áreas de avaliação defendida pelas autoras, bem como do contributo de cada uma na identificação da Dislexia.

Quadro 1 – Áreas de Avaliação da Dislexia




É pertinente uma análise mais pormenorizada a duas das componentes da avaliação neuropsicológica: a Motricidade e a Psicomotricidade.
A avaliação da Motricidade incide sobre aspectos de desenvolvimento motor e justifica-se, segundo as autoras, quando a criança manifesta dificuldade em copiar certas formas, apesar de não apresentar problemas de carácter perceptivo. Nesta avaliação inclui-se o funcionamento cerebral e a dominância lateral.

Relativamente ao funcionamento cerebral, procuram-se, entre outros, indícios de disfunção neurológica através da observação de aspectos como:

- Dificuldade em apoiar-se num só pé;

- Problemas de equilíbrio ao caminhar;

- Desarmonia e descoordenação nos movimentos voluntários de grande amplitude;

- Movimento passivo nos braços e nas pernas;

- Debilidade muscular ou hipotonia.


O segundo aspecto da avaliação da Motricidade, diz respeito à dominância lateral, a qual permite determinar preferências mistas ou mal definidas em tarefas de lateralidade. Este tipo de dificuldades aparece, segundo as autoras, com alguma probabilidade em crianças com dificuldades de leitura e de escrita, apesar de não se correlacionar com o rendimento noutras áreas escolares nem com o desenvolvimento intelectual.


A avaliação da Psicomotricidade reveste-se de grande importância, na medida em que os problemas ou défices na eficácia psicomotora dificultam a aprendizagem escolar. Neste domínio, as autoras consideram especialmente importante a informação respeitante ao esquema corporal e à orientação espácio-temporal, na medida em que a aprendizagem da leitura e da escrita assentam sobre uma adequada estruturação do primeiro, o qual, por sua vez, se relaciona com estreitamente com a segunda (ainda que nem todas as crianças disléxicas apresentam dificuldades motoras).

Para a compreensão destes possíveis défices é necessário saber se o sujeito manifesta dificuldades espácio-temporais e de orientação na sua análise do mundo exterior, em actividades como por exemplo, um jogo.


O ensino pré-escolar é, sem qualquer dúvida, crucial na prevenção do surgimento deste tipo de problemas, pois como referimos anteriormente, muitos dos sinais indicadores do desenvolvimento de uma Dislexia, ou do estado de prontidão para a leitura, surgem durante o período das aquisições pré-escolares. Muitos desses indicadores podem ser trabalhados, nomeadamente os aspectos psicomotores que estão nesta fase, em período óptimo do seu desenvolvimento.

FONTE DE PESQUISA: http://apdis.no.sapo.pt/DISLEX/A_Dislexia.html

maio 13, 2010

Você já ouviu falar de dislexia?


Muitos pais desconhecem a dislexia, mas saber como acontece – e como podem tratar – esta dificuldade na área da leitura, escrita e soletração poderia ajudar de forma decisiva seus filhos. Identificada nas salas de aula durante a alfabetização – e não raro sendo o motivo para uma defasagem inicial de aprendizado – a dislexia é uma descoberta relativamente nova e passou a ser mais conhecida a partir da década de 1970.



Tenho interesse especial no tema porque um familiar descobriu já adulto que tinha esta “característica”. Como acontecia com este “menino que aprendia mais ouvindo do que lendo“, muitas razões podem acarretar limitações no processo de aprendizagem e, se não são diagnosticadas, podem representar o completo fracasso escolar com todas as suas conseqüências danosas em termos sociais, afetivos e cognitivos.

 


E esta forma diferente de aprender não é tão rara assim, suspeita-se que no Brasil cerca de 760 mil jovens estejam nos bancos escolares com distúrbios específicos de leitura (dislexia). São dados que vi num artigo de Jaime Zorzi, coordenador da equipe de diagnóstico multiprofissional em distúrbios de aprendizagem (e também Mestre em distúrbios da comunicação pela PUC-SP e doutor em educação pela Unicamp) que me ensinou muito recentemente.




O especialista informa que, embora não tenhamos uma noção exata da prevalência de tal tipo de problema no Brasil, existem estimativas, em outros países, de que cerca de 5% da população escolar possa ter um problema desta natureza, prejudicando o aprendizado e o domínio de uma poderosa forma de alcançar e produzir conhecimentos, que é a linguagem escrita.



Imagine 5% de uma sala de aula desmotivada e sem conseguir aprender do jeito formal? Este panorama nos mostra a necessidade encarar a dificuldade de aprendizado, como a dislexia é, como mais do que um problema de saúde, uma questão educacional e social.



A dislexia significa um distúrbio no aprendizado da leitura. E aprender a ler e a escrever são habilidades que envolvem conhecimentos que a criança vai desenvolvendo desde muito cedo, pois antes de aprender a escrever as crianças, de modo geral, já apresentam um domínio significativo da linguagem falada. “Neste sentido, devemos sempre nos preocupar com aquelas crianças que, desde muito cedo, vêm apresentando alguma alteração na aquisição da linguagem falada, como é o caso dos atrasos de desenvolvimento da linguagem, as limitações de vocabulário, as dificuldades de compreensão, de manutenção de diálogos, de organização do discurso, de fala, e assim por diante”, afirma Jaime Zorzi.


 

Segundo ele, outros indicadores podem ser as limitações para lidar com rimas, com sílabas, com a discriminação de sons, habilidades estas de alta demanda para o ato futuro de leitura e escrita. Podemos considerar tais crianças na categoria de risco, isto é, elas podem vir a apresentar problemas diversos para aprender a ler e a escrever, dentre eles a dislexia.




E como reconhecer a dislexia? Especialistas indicam que se observe alterações de comportamento como a apatia, a desatenção, a ansiedade, a indolência, a depressão e a agressividade. E, uma vez observada a dificuldade de aprendizado, pais e professores devem evitar a cobrança excessiva sobre a criança, pois o comportamento tende a agravar os problemas de aprendizagem. Com as queixas forma-se um círculo vicioso, cujo resultado é um agravamento, mesmo quando a intenção é a de “ajudar”. “Crianças com problemas de aprendizagem precisam de ajuda, antes de qualquer cobrança”, afima Zorzi.



E não vale aceitar da escola uma postura extrapunitiva, de se “queixar” que a criança não está acompanhando o programa e de que possa ser “preguiçosa”, “irresponsável”, etc. Insista num processo diagnóstico que busque identificar o que, de fato, está ocorrendo com a criança que não aprende.



P.S. Vale atentar para as diferenças entre a dislexia de desenvolvimento e a dislexia adquirida. A primeira é um distúrbio de natureza congênita, o que significa que a criança já nasce com certas características de organização e funcionamento neurológico que poderão vir a complicar determinados tipos de aprendizagens, como a leitura e a escrita, caso ela tenha a oportunidade de vir a ser alfabetizada. Já a dislexia adquirida corresponde à perda, em graus variados, da capacidade de ler e escrever em pessoas que já haviam desenvolvido tal habilidade e que poderiam ser até mesmo altamente capazes para tanto.



Sobre o autor

Samantha Shiraishi: mãe, especialista em jornalismo digital e com ampla atuação com mídias sociais e blogs de cultura e comportamento. Mãe de Enzo, 9 anos e Giorgio, 7 anos.



Links: www.samshiraishi.com
FONTE DE CONSULTA: http://www.maecomfilhos.com.br/index.php/2010/05/10/voce-ja-ouviu-falar-de-dislexia-2/

Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.