outubro 01, 2012

Portal Ciência & Vida - Filosofia, História, Psicologia e Sociologia - Editora Escala.

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A importância do diagnóstico diferencial
A análise clínica baseada nos sintomas e na queixa do paciente é insuficiente para o fechamento de um diagnóstico adequado, o que leva a erros na conduta terapêutica

Por Leonardo Mascaro


É interessante notar como, atualmente, mais e mais casos de Déficit de Atenção, tanto em crianças quanto em adultos, vêm sendo diagnosticados na população não só brasileira, mas ao redor de todo o globo, indicando, juntamente com depressão e ansiedade, um fenômeno de escala mundial.
Como identificar, objetiva e claramente, o Déficit de Atenção? Quais estruturas cerebrais estão envolvidas nesse comprometimento? E, do ponto de vista clínico, como este pode – e deve – ser diferenciado de seus pares, o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), a Dislexia e a Anoxia, com os quais muitas vezes, se dependermos apenas e tão somente do exame clínico, é confundido, causando erros na conduta terapêutica a ser adotada em cada caso?
A resposta para essas perguntas é uma só: pela realização do exame funcional e eletroencefalográfico, podemos obter a informação neurofisiológica que nos permite identificar – e tratar – cada uma dessas condições adequadamente.
Antes de mais nada, como apontei em meu mais recente livro, Para que Medicação? (Campus-Elsevier, 2011), cada uma dessas condições apresenta uma assinatura eletroencefalográfica própria e bem distinta, que por si só já permitiria identificar e diferenciar, um em relação ao outro, cada um desses comprometimentos. A ilustração dessas assinaturas foge ao escopo do presente artigo, mas pode ser conferida no citado livro.
No entanto, e de maneira complementar, para que se possa ter a segurança e a certeza necessárias ao fechamento de um diagnóstico, é necessário cruzar a informação eletroencefalográfica com aquela fornecida pelos exames funcionais, em que diferentes estruturas cerebrais apresentam comprometimento, em cada caso.
Também no livro apresento o principal sistema neurológico envolvido tanto nos casos de Déficit de Atenção (DDA/ DDAH), quanto nos de TOC, o giro do cíngulo. Ali demonstro como, no Déficit de Atenção, rompimentos anômalos de conectividade funcional entre o córtex do cíngulo anterior e posterior, bem como entre outras estruturas da linha mediana do cérebro, tais como cúneus, precúneus, córtex frontal médio e córtex parietal lateral , estruturas estas ativamente participantes de uma ampla rede de processamento da função executiva de atenção, levam a essa desordem do desenvolvimento neurológico.
Mais ainda, verificou-se que, especificamente nos casos de DDA/DDAH, o cérebro desses pacientes parece incapaz de ativar, isto é, recrutar a porção cognitiva do córtex do cíngulo anterior. E, considerando que o córtex do cíngulo anterior mantém fortes conexões recíprocas com o córtex pré-frontal dorso-lateral, isso ajudaria a explicar a origem da assinatura eletroencefalográfica lentificada especialmente presente nessa região do hemisfério direito do cérebro. Essas baixas de acoplamento funcionam e levam a padrões alterados de eficiência local, representados por atrasos na transferência da informação, especificamente nas estruturas da linha mediana do cérebro, incluindo as áreas frontais, principalmente do hemisfério direito, que, no exame eletroencefalográ fico, acabam por apresentar a assinatura neurológica que caracteriza o DDA/DDAH.

SE NO DDA/DDAH O PROBLEMA É ATIVAR A PORÇÃO COGNITIVA DO CÓRTEX DO CÍNGULO ANTERIOR, NO TOC, AO CONTRÁRIO, É A ATIVIDADE EXACERBADA DO CÍNGULO ANTERIOR QUE CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA

E, já que falamos de como uma condição muitas vezes mimetiza a outra, isto é, como um caso de DDA/DDAH pode parecer-se, clinicamente, com um de TOC, e vice-versa, vale citar aqui como diferenciamos uma condição da outra, complementarmente ao exame de assinaturas eletroencefalográficas. Assim, se no DDA/DDAH o problema é ativar a porção cognitiva do córtex do cíngulo anterior, no TOC, ao contrário, é a atividade exacerbada do cíngulo anterior que contribui para o desenvolvimento da doença.
E, como disse, as estruturas que citei participam de uma rede mais ampla de processamento da função executiva de atenção, que envolve outras estruturas, tais como a ínsula, o giro fusiforme e o giro lingual. Nas próximas colunas vou entrar em maiores detalhes sobre os aspectos funcionais de cada uma dessas estruturas, bem como de seu papel na modulação da atenção e até mesmo de aspectos ligados à propriocepção e à consciência. Por ora, e apenas para complementar a discussão referente à realização de diagnósticos, lembro dois aspectos importantes. O primeiro deles, complementando as informações fornecidas aqui, diz respeito à dislexia. O diagnóstico que a diferencia das demais condições citadas aqui se dá pela identificação da assinatura eletroencefalográfica para dislexia presente no lobo temporal esquerdo. Para anoxia, a assinatura que a caracteriza, e que se aproxima muito daquela para Déficit de Atenção, vai ser encontrada em ambos os lobos frontais, esquerdo e direito, e não apenas no lobo frontal direito, como no caso específico do Déficit de Atenção.
Finalmente, deixo a pergunta: com base em toda a riqueza de informações que apresento nesta coluna, como é possível imaginar que se possa fazer um diagnóstico seguro e certo, objetivamente determinado, apenas pela análise clínica do comportamento e/ou relato do paciente, seja ele adulto ou criança? Até o mês que vem!

Leonardo Mascaro é psicólogo, mestre em Neurociências (USP), especializado e certificado internacionalmente em Neurofeedback (BCN -Board Certified on Neurofeedback) pela BCIA (Associação Internacional de Certificação em Biofeedback - EUA). É autor dos livros A Arquitetura do Eu e Para que Medicação? (Editora Campus-Elsevier).

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Então, como diagnosticar a dislexia?

Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas ou comportamentais.
Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda especializada.
Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

PORQUÊ.... SOMOS DIS !??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DIS...

PORQUÊ, SOMOS DIS !!!

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é dislexica, e outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo. Seja quem você realmente é !!! Não seja preconceituosa com você mesma , como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.
e o mais importante ...tem a conciência dos seus direitos como cidadã. O meu conselho é: exerçar seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e atuante na nossa sociedade.

como vc sabe , também sou dislexica, mas só tive conciência do que estava acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.
E mesmo assim , tive que passsar por mentirosa, pois já havia passado em um concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo uma graduação em pedagogia. E te digo ...só eu e deus, sabia o que eu escondia !!!
Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.
Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!
Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e hiperatividade , altissimo.
Foi quando , fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.
O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg , caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite, refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.
Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista , pedio um exame para descartar , adivinha o que?
Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer, neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o meu corpo!!!
Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...
Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo, esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!
Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc, para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor, quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido, minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!
Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir , tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu herá!!!
Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???
E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porquê, e como poderia ter escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são paulo, o unico lugar , onde teria profissionais seguramente competêntes para fazer o diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre dislexia.
E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar sobrevivendo. Mas com uma diferênça fundamental,hoje já não tenho tanta vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser respeitada e que sou competente e capaz .
Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

Abjncrção!
Elizabete aguiar.
Perfil profissional:
Profª Elizabete M. Rodrigues R. da R. Aguiar.
Graduada em Pedagogia – UNB.
Especialização em Psicopedagogia Reeducativas Clínica e Institucional –UniEvangelica
Especialista e Neuropedagogia e Psicanálise – FTB.
Dir. Adm. Adjunta da Associação de Psicopedagogia – ABPp- Seção BRASÍLIA.
Profª da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal – GDF.
Consultoria e Assessoria em Psicoeducação.