Para ajudar a entender melhor a dislexia, sua origem, sintomas e tratamentos, conversamos com a fonoaudióloga Luiza Braga de Jesus. Confira a entrevista:
iSaúde Bahia - O que é a dislexia?
Luiza Braga de Jesus - A Dislexia do Desenvolvimento ou Transtorno Específico de Leitura é o diagnóstico que se dá a uma dificuldade acima do comum na aprendizagem da leitura de causa neurofuncional, ou seja, determinada geneticamente e, portanto, com caráter hereditário. No caso, a dificuldade está relacionada a alguma desordem na ativação das diversas conexões neuronais necessárias à decodificação das letras. Cabe destacar, que a linguagem escrita não é adquirida da mesma forma que a oral, que se dá, sobretudo, pela exposição à linguagem falada em um ambiente estimulante. Para adquiri-la, é preciso um ensino formal, que oriente a utilização do sistema convencional adotado por determinada sociedade. Uma criança que não enxergue bem ou que tenha algum déficit cognitivo provavelmente terá dificuldade na aprendizagem da leitura, mas, nesses casos, não se dá o nome de dislexia. Para tal diagnóstico, devem ser excluídas outras causas como essas (sensorial e cognitiva) além de problemas de origem socioeconômica, cultural e afetiva.
iSaúde Bahia - O que é a dislexia?
Luiza Braga de Jesus - A Dislexia do Desenvolvimento ou Transtorno Específico de Leitura é o diagnóstico que se dá a uma dificuldade acima do comum na aprendizagem da leitura de causa neurofuncional, ou seja, determinada geneticamente e, portanto, com caráter hereditário. No caso, a dificuldade está relacionada a alguma desordem na ativação das diversas conexões neuronais necessárias à decodificação das letras. Cabe destacar, que a linguagem escrita não é adquirida da mesma forma que a oral, que se dá, sobretudo, pela exposição à linguagem falada em um ambiente estimulante. Para adquiri-la, é preciso um ensino formal, que oriente a utilização do sistema convencional adotado por determinada sociedade. Uma criança que não enxergue bem ou que tenha algum déficit cognitivo provavelmente terá dificuldade na aprendizagem da leitura, mas, nesses casos, não se dá o nome de dislexia. Para tal diagnóstico, devem ser excluídas outras causas como essas (sensorial e cognitiva) além de problemas de origem socioeconômica, cultural e afetiva.
"A Dislexia do Desenvolvimento ou Transtorno Específico de Leitura é o diagnóstico que se dá a uma dificuldade acima do comum na aprendizagem da leitura de causa neurofuncional, ou seja, determinada geneticamente e, portanto, com caráter hereditário".
iSB - Quais os principais sintomas ou características da dislexia?
Luiza Braga de Jesus - A principal característica e a primeira manifestação da dislexia é a dificuldade de decodificar a correspondência entre o fonema (som) e o grafema (letra) no período da alfabetização. Geralmente, esse sintoma acarreta outras manifestações, como falta de atenção ou dispersão, baixo rendimento na escola, troca de letras na escrita, dificuldades com rimas, nomeação e problemas psicológicos. É comum também que os disléxicos apresentem dificuldade de coordenação motora, de orientação espacial e memória de curto prazo. O desempenho em provas orais é bom.
iSB - A dislexia aparece somente quando a criança inicia a vida escolar ou podemos percebê-la antes dessa fase?
Luiza Braga de Jesus - Como a dislexia é determinada pelos genes, a criança nasce com as condições de manifestar essa disfunção. Mas, como a manifestação dessa condição genética é uma dificuldade na aprendizagem da leitura, só é possível fechar o diagnóstico no período de alfabetização. Antes disso, é importante que os pais fiquem atentos a alguns sinais que podem se manifestar, como dispersão, atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade com rimas, músicas e quebra-cabeças, dificuldades de coordenação motora e falta de interesse por material escrito. Contudo, não quer dizer que a criança é disléxica, mas certamente necessita de maior atenção e estimulação.
Luiza Braga de Jesus - A principal característica e a primeira manifestação da dislexia é a dificuldade de decodificar a correspondência entre o fonema (som) e o grafema (letra) no período da alfabetização. Geralmente, esse sintoma acarreta outras manifestações, como falta de atenção ou dispersão, baixo rendimento na escola, troca de letras na escrita, dificuldades com rimas, nomeação e problemas psicológicos. É comum também que os disléxicos apresentem dificuldade de coordenação motora, de orientação espacial e memória de curto prazo. O desempenho em provas orais é bom.
iSB - A dislexia aparece somente quando a criança inicia a vida escolar ou podemos percebê-la antes dessa fase?
Luiza Braga de Jesus - Como a dislexia é determinada pelos genes, a criança nasce com as condições de manifestar essa disfunção. Mas, como a manifestação dessa condição genética é uma dificuldade na aprendizagem da leitura, só é possível fechar o diagnóstico no período de alfabetização. Antes disso, é importante que os pais fiquem atentos a alguns sinais que podem se manifestar, como dispersão, atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade com rimas, músicas e quebra-cabeças, dificuldades de coordenação motora e falta de interesse por material escrito. Contudo, não quer dizer que a criança é disléxica, mas certamente necessita de maior atenção e estimulação.
iSB - Como é feito o diagnóstico da dislexia?
Luiza Braga de Jesus - Esse diagnóstico é feito após uma investigação do psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo que realizam uma avaliação interdisciplinar e de exclusão através de uma série de testes que envolvem leitura, escrita, memória, atenção, além de habilidades cognitivas, linguísticas e acadêmicas. Devem ser descartados outros fatores como déficit intelectual ou sensorial (visual ou aditivo), lesões cerebrais (congênitas e adquiridas) e problemas afetivos anteriores ao processo de aprendizagem da leitura. Para tanto, a equipe deve verificar a necessidade de avaliações de outros profissionais, como neurologista, neuropsicólogo e oftalmologista, a depender do caso.
iSB - Existe um grupo mais atingido pelo distúrbio?
Luiza Braga de Jesus - Esse diagnóstico é feito após uma investigação do psicólogo, fonoaudiólogo e psicopedagogo que realizam uma avaliação interdisciplinar e de exclusão através de uma série de testes que envolvem leitura, escrita, memória, atenção, além de habilidades cognitivas, linguísticas e acadêmicas. Devem ser descartados outros fatores como déficit intelectual ou sensorial (visual ou aditivo), lesões cerebrais (congênitas e adquiridas) e problemas afetivos anteriores ao processo de aprendizagem da leitura. Para tanto, a equipe deve verificar a necessidade de avaliações de outros profissionais, como neurologista, neuropsicólogo e oftalmologista, a depender do caso.
iSB - Existe um grupo mais atingido pelo distúrbio?
Luiza Braga de Jesus - A dislexia é mais comum em meninos. Uma criança disléxica será um adulto disléxico.
iSB - Como é feito o tratamento da dislexia? Ela tem cura?
Luiza Braga de Jesus - A dislexia é uma dificuldade característica do indivíduo, portanto, cura não seria um termo razoável para o resultado final de um tratamento, mas sim adaptação, remediação. O tratamento da dislexia consiste no treinamento da decodificação das letras de acordo com sua correspondência sonora, fluência da leitura, aquisição do vocabulário e compreensão de textos. Cada disléxico tem sua lógica própria de aprendizagem e é importante que haja entrosamento entre o profissional, paciente e família para maior aproveitamento do processo. A depender das particularidades de cada caso, decide-se quais profissionais realizarão o seu acompanhamento terapêutico.
iSB - Como é feito o tratamento da dislexia? Ela tem cura?
Luiza Braga de Jesus - A dislexia é uma dificuldade característica do indivíduo, portanto, cura não seria um termo razoável para o resultado final de um tratamento, mas sim adaptação, remediação. O tratamento da dislexia consiste no treinamento da decodificação das letras de acordo com sua correspondência sonora, fluência da leitura, aquisição do vocabulário e compreensão de textos. Cada disléxico tem sua lógica própria de aprendizagem e é importante que haja entrosamento entre o profissional, paciente e família para maior aproveitamento do processo. A depender das particularidades de cada caso, decide-se quais profissionais realizarão o seu acompanhamento terapêutico.
"O tratamento da dislexia consiste no treinamento da decodificação das letras de acordo com sua correspondência sonora, fluência da leitura, aquisição do vocabulário e compreensão de textos".
iSB - Muitos profissionais de saúde atuam no diagnóstico e tratamento da dislexia, médicos, psicólogos, pedagogos. Qual a importância do fonoaudiólogo nesse processo? Para o tratamento, é necessário uma equipe multidisciplinar?
Luiza Braga de Jesus - Para o diagnóstico da dislexia, sim, é necessária uma avaliação interdisciplinar sempre, mas para o tratamento, isso vai depender bastante do caso e das circunstâncias. No diagnóstico, o fonoaudiólogo realiza o exame audiológico necessário para exclusão de déficit auditivo e verifica as habilidades linguísticas.
iSB - A dislexia, na maior parte dos casos, começa a ser diagnosticada em fase escolar e muitos pais e professores não sabem lidar com o problema. É importante o trabalho de fonoaudiólogos dentro das escolas?
Luiza Braga de Jesus - Muitas escolas já contam com profissionais de psicologia, pedagogia e psicopedagogia, mas de fonoaudiologia ainda não é uma realidade comum. O trabalho do fonoaudiólogo na escola é importante na composição da equipe de trabalho principalmente na educação infantil para que casos de dislexia e tantos outros distúrbios de linguagem possam ser identificados e acompanhados pelo profissional que tem como objeto principal de estudo a comunicação humana.
Luiza Braga de Jesus - Para o diagnóstico da dislexia, sim, é necessária uma avaliação interdisciplinar sempre, mas para o tratamento, isso vai depender bastante do caso e das circunstâncias. No diagnóstico, o fonoaudiólogo realiza o exame audiológico necessário para exclusão de déficit auditivo e verifica as habilidades linguísticas.
iSB - A dislexia, na maior parte dos casos, começa a ser diagnosticada em fase escolar e muitos pais e professores não sabem lidar com o problema. É importante o trabalho de fonoaudiólogos dentro das escolas?
Luiza Braga de Jesus - Muitas escolas já contam com profissionais de psicologia, pedagogia e psicopedagogia, mas de fonoaudiologia ainda não é uma realidade comum. O trabalho do fonoaudiólogo na escola é importante na composição da equipe de trabalho principalmente na educação infantil para que casos de dislexia e tantos outros distúrbios de linguagem possam ser identificados e acompanhados pelo profissional que tem como objeto principal de estudo a comunicação humana.
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