Dificuldades na Leitura e na Ortografia.
Por Luciene Rodrigues Rochael Galvão
Atualmente, entende-se por dislexia o distúrbio isolado do aprendizado da leitura e da escrita em crianças com uma inteligência normal. Cerca de 3% a 8% das crianças são portadoras desse distúrbio. Pais e professores são chamados a procurar ajuda eficaz. Veja alguns pontos de vista para melhor compreensão e atenuação desses distúrbios.
Aprender a grafia das letras exige da criança a capacidade e a prontidão para decifrar fonemas isolados a partir das palavras que ela conhece como todo, ou seja, fragmentos da palavra. Em vez de captar seu sentido pela audição, ela deve prestar atenção somente numa parte do som da palavra. Ao mesmo tempo, exige-se ainda uma segunda abstração: acreditar que um sinal gráfico não-figurativo seja o próprio som.
Esses sinais abstratos, constituídos de retas e curvas, só adquirem sentido devido a uma posição bem determinada em relação a nós mesmos. Nós nem sequer conseguimos pronunciá-las sem juntar-lhes uma vogal. Fazer surgir palavras a partir dessas coisas imprecisas é, realmente, uma “arte enigmática”. Por que não escrevemos a palavra “papel” com “u” no fim, e por que ouvimos “toque” e escrevemos “toque”? Quando pronunciamos o “q” sozinho, tampouco ele é escrito com um “u” depois.
Essas indicações podem apontar algumas das causas que provocam inseguranças e distúrbios. Crianças que ainda reconhecem um sinal como uma imagem terão dificuldade; e também aquelas que tomam as afirmações do professor ao pé da letra, principalmente quando este lhe diz: ” escreva como você ouve e fala” e elas acreditam fielmente nisso. Isto já mostra que, para fazermos jus à criança, o processo da aprendizagem da escrita e da leitura deve ocorrer num período de tempo bem amplo. Mas também aparece o desejo de que o professor seja realmente um entendido em escrita, no sentido de conhecer as armadilhas para os disléxicos, e assim estruturar o processo de escrever em etapas seguras, pesquisadas pela análise fonética.
Podemos notar que algumas crianças aprendem a ler e escrever quase por si mesmas, e elaboram todas as exceções às regras brincando. Elas dão a impressão de estarem apenas recordando como se escreve. Para outras, ao contrário, parece que o mundo desaba, pois até então elas aparentemente não tinham qualquer dificuldade de orientação, ou muito pouca, e facilmente, participavam de tudo, enquanto agora subitamente lhes é exigido algo que elas não compreendem. Por algum tempo, elas ainda escrevem seguindo leis que os especialistas de dislexia identificam como tentativas de ouvir muito bem: mais tarde aparecem erros cada vez mais pronunciados na estrutura da palavra escrita, o que lhes permite reconhecer a resignação crescente da criança. Nessa época, muitas vezes se manifestam sintomas vegetativos, como: palidez, predisposição a doenças, cansaço, fraqueza, distúrbios do sono, dores de barriga, enurese e agressividade. Encontram-se até mesmo doenças orgânicas graves no rol das crianças não reconhecidas como disléxicas e que vem para tratamento médico. Especialmente nessas crianças com doenças orgânicas, facilmente se deixa considerar como causa ou como fator de piora um distúrbio de escrita. Mas também os sintomas vegetativos e psíquicos indicam claramente que agora a situação adquire valor de doença. É importante que na presença de todos esses sintomas também se pense numa dislexia, fazendo os testes correspondentes.
Naturalmente, não é suficiente apoiar-se apenas nas trocas entre ‘b’ e ‘d’ ou ‘p’ e ‘q’. Mais difícil é avaliar as outras falhas do desempenho do aluno surgidas nesse meio tempo, quanto à sua origem. Aqui se faz necessário um diagnóstico minucioso, seguido de um trabalho de estímulo individual.
Devem-se analisar detalhadamente os erros da escrita da criança, e também sua capacidade global de orientação, o domínio corporal, a percepção estrutural, a capacidade de compreender o que é dito e a capacidade de falar. A terapia é planejada individualmente, de acordo com cada situação. Logo que a criança percebe progressos e os primeiros resultados da terapia se manifestam, sua confiança aumenta e os sintomas vegetativos cedem rapidamente.
Para o êxito do ensino da escrita e da leitura, é preciso estimular por períodos longos; quando o problema é constatado precocemente e a criança recebe atendimento integral, deve-se contar com um a dois anos, caso contrário o tempo geralmente será maior. Em casos graves, recomenda-se procurar uma instituição especializada na terapia da dislexia. O tratamento pode ser complementado com uma terapia de integração sensório-motora e/ou com eurritmia curativa, para melhorar as condições de êxito do tratamento. Em todos os casos, é preciso haver estreita cooperação entre o terapeuta, professores e pais.
Crianças pequenas que parecem apresentar retardo no desenvolvimento da fala, podem ser estimuladas quanto à sua atividade sensorial e à formação de sua memória. Esses estímulos dão suporte à necessária metamorfose das forças de crescimento em forças de pensamento, a precondição para qualquer atividade mental, que ocorre de forma irregular na dislexia. Para crianças com distúrbios de orientação espacial, temporal e de consciência, recomenda-se medidas que possam ser executadas por um professor ou terapeuta no contexto escolar, nos primeiros anos escolares, tais como:
- exercícios de percepção;
- seguir o trajeto de formas e suas imagens espelhadas no chão;
- desenhar formas com o pé (prender o giz entre os dedos do pé e desenhar sobre o papel de embulho claro – melhor ainda, com de giz de cera grosso);
- desenhar no ar a forma com a mão, tendo os olhos fechados;
- no dia seguinte, desenhar a forma de memória no papel, depois de todo o processo ter sido rememorado e repetido concretamente com a criança;
- repetir todos os passos, tendo como modelo as formas das letras;
- fazer exercícios progressivos em que o aluno escreva o que ouviu, começando com sílabas simples. Passar de maneira lúdica mas sistemática para palavras de várias sílabas, cuja grafia seja fonética, e somente mais tarde para palavras que só possam ser escritas corretamente obedecendo a certas regras;
- Posteriormente, fazer com regularidade ditados breves com palavras de grafia fonética, que acarrretem o mínimo de experiências de fracasso;
- tratamento com eurritmia curativa. (arte do movimento desenvolvida por Rudolf Steiner entre os anos de 1911 e 1924, em que os elementos da linguagem e da música tornam-se visíveis em formas dinâmicas e específicas. Seu fundamento é a compreensão exata das diferentes qualidades da linguagem, dos fonemas e tons.)
Quando se lida com crianças disléxicas, deve-se irradiar alegria e otimismo. Muitas vezes, os problemas presentes ainda pioram porque as crianças sofrem com as situações de fracasso, sem receber apoio suficiente, ou até vendo adultos resignados.
Referência bibliográfica:
GOEBEL, Wolfgang; GLÖCKLER, Michaela. Consultório Pediátrico. São Paulo: Antroposófica, 2003.
FONTE DE PESQUISA: http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/2009/08/02/o-problema-da-dislexia/
SEU FILHO ESTA DESMOTIVADO??
-
Como eram os seus momentos dedicados à lição de casa junto de seus
pais?Entediantes, cansativos ou, pior, uma sessão de tortura?
Essa situação não precisa ...
Há 7 anos
3 comentários:
tenho um filho de 20 anos ele teve epilepcia hoje ja nao toma mais remedios nem da convulsao,mas ele tem dificuldade pr escrever e ler,então descobri q ele tem dislexia,queria saber como fazer pra ele aprender a ler escrever bem se é possivel?ele sonha em fazer direito,não sei o que fazer?estou observando q ele se fecha para convivio social,fica nervoso por não saber ler,me ajudem o que faço?meu nome é simone moro no interior de goias,
tenho um filho de 20 anos ele teve epilepcia hoje ja nao toma mais remedios nem da convulsao,mas ele tem dificuldade pr escrever e ler,então descobri q ele tem dislexia,queria saber como fazer pra ele aprender a ler escrever bem se é possivel?ele sonha em fazer direito,não sei o que fazer?estou observando q ele se fecha para convivio social,fica nervoso por não saber ler,me ajudem o que faço?meu nome é simone moro no interior de goias,
sou irma do felipe que tem dislexia eu e minha mae simone queremos saber mais sobre dislexia e saber como ajudar meu irmão
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