Home » Edições » 2007 » Novembro » Edição 22,429 » JP Saúde
Dislexia tem tratamento também para os adultos
Data de Publicação: 12 de novembro de 2007
Índice Texto Anterior | Próximo Texto
MÁRCIO PINHO
Nunca é tarde para aprender.
Essa frase resume a idéia de especialistas de que jovens e adultos com dislexia, que não detectaram ou não trataram esse distúrbio de aprendizagem ainda nos primeiros anos de escola, podem buscar tratamento em qualquer momento da vida e minimizar as dificuldades com a leitura, a escrita ou a fala.
Isso significa que quem achou durante anos que a escola era muito difícil ou que não tinha vocação para estudar ainda tem chance de aprimorar suas habilidades. Muitos estão buscando tratamentos para resolver dificuldades no trabalho ou para voltar à sala de aula.
A possibilidade de melhora começa pelo fato de a dislexia não ser uma doença, mas um transtorno de aprendizagem. O disléxico utiliza cerca de quatro vezes mais áreas do cérebro em atividades como a leitura. Por isso, as informações às vezes se ‘embaralham’ e ele cansa mais rápido. Não se trata de um problema de inteligência.
Segundo Birgit Mobus, fonoaudióloga e psicopedagoga da Escola Suíço-Brasileira, o tratamento nos adultos é muito parecido ao aplicado em crianças e inclui exercícios como a identificação de sons e sílabas, jogos, rimas, leituras etc.
Ela diz que o tratamento em crianças é muito indicado “para evitar que fiquem com baixa auto-estima e desistam dos estudos”. Nessa fase, o cérebro facilita o aprendizado porque cria conexões mais facilmente.
Contudo, ela diz que “os resultados também são bons após a infância, mas com recursos diferentes. O cérebro desenvolve áreas de compensação.”
Um estudo feito recentemente pela Universidade de Padova, na Itália, sugere que ‘não há idade’ para recuperar o tempo perdido. Os pesquisadores mostraram que alunos disléxicos de 6ª, 7ª e 8ª séries tiveram a mesma melhora que os de 3ª e 4ª séries, momento em que geralmente é indicado o início do tratamento, após exercícios para a fluência e precisão na leitura oral de textos.
Após frequentarem uma clínica por período de três a quatro meses, os alunos ‘mais velhos’, de um grupo de 55 crianças, tiveram resultados semelhantes aos mais novos na qualidade e na rapidez da leitura.
Muitos pais hoje descobrem que são disléxicos após o problema ser detectado no filho, já que o distúrbio é genético.
Segundo Raquel Caruso, psicopedagoga da clínica Edac, a dislexia pode ser detectada dois anos após o início da alfabetização, geralmente entre a 2ª e a 3ª séries, mas muitos profissionais ainda não estão preparados para identificar o distúrbio.
Ir bem nos vestibular e entrar em uma boa faculdade são objetivos que levam muitos jovens com dislexia a buscar maneiras de melhorar suas habilidades em ler e escrever.
Marcelo Whitaker, 19, está no primeiro ano de direito no Mackenzie, em São Paulo, e lembra que teve seu distúrbio diagnosticado apenas aos 13 anos. “Fiz tratamento no ensino médio. Antes, estudava em São Carlos [interior de SP], e ninguém descobria porque eu ia mal na escola. Era considerado um aluno problema.”
Ele diz que fez exercícios de leitura e memorização e conseguiu melhorar a atenção nas aulas. O ponto alto de sua melhora foi fazer o vestibular sem ter que aproveitar as vantagens oferecidas a disléxicos em muitos exames.
Segundo Maria Inês de Luca, da Associação Brasileira de Dislexia, os alunos geralmente têm mais tempo de prova e contam com a ajuda para ler textos ou fazer redações.
Superado esse desafio, hoje ele tem outro: memorizar leis e incisos nos livros de direito. A hora do vestibular é um momento de esforço para jovens disléxicos.
Próximo texto:
JP Saude Cuidados a ser tomados com a coluna
Texto Anterior:
Pagina Gospel Restaurando o senso de valor
Índice da edição - Edição 22,429
SEU FILHO ESTA DESMOTIVADO??
-
Como eram os seus momentos dedicados à lição de casa junto de seus
pais?Entediantes, cansativos ou, pior, uma sessão de tortura?
Essa situação não precisa ...
Há 7 anos
Um comentário:
Oi,boa tarde!Sou Rosana,tenho 38anos e ainda não consegui nada na vida, não consigo termina nada de tudo o que eu fiz até hoje,estou desempregada e não sei mais o q fazer. Atualmente sou cabeleireira ,fiz cursos ,mas não consigo exercer a função ,em tudo foi assim,eu desisto fácil,não porque eu quero ,é que um desanimo vem em mim ,não consigo me relacionar , ATÉ NO CONVERSAR,EM ME EXPRESSAR COM AS PESSOAS ME ATRAPALHO MTO TAMBÉM...sou simpática,sou honesta,sincera ,mais desconfiada também com as pessoas ,não sei o que fazer,o medo toma conta de mim, tenho medo de não conseguir nada na vida, ainda sou sustentada pela minha mamãe,mas ,sou eu o homem e a mulher da casa depois que meu papai faleceu,mamãe depende de mim, pois sempre foi dependente do meu papai..acho importante mencionar que eu tenho um irmão maior inválido com esquizofrenia Crônica ,mais velho que eu. . .Tenho orgulho de poder fazer isso por eles ,mais eu quero tanto poder ter minha vida encaminhada também ,constituir família.Desisti de tudo e não quero .Eu quero poder fazer alguma coisa,me sentir útil,sempre sofri com isso ,nas relações pessoais,sentimentais,afetivas....não tenho amigas,colegas...as pessoas próximas da minha família dizem que não entendem porque uma moça tão bonita ,está sozinha,em casa direto .Nem eu entendo ,sei que preciso de ajuda ,pois sofro desde menininha , na adolescência,na escola. Nunca fui encaminhada a nenhum profissional que pudesse me ajudar.
Descobri lendo essa matéria e outros que eu posso ter dislexia,só pode ser isso pelos diagnósticos lidos acima...quem devo procurar pra obter uma ajuda,me sinto amada,mais me sinto fechada para o mundo,para as pessoas...Eu sinto que tenho tantas coisas pra resolver ,fazer ,mais não sei por onde começar .Espero poder ser compreendida e se possível ajudada.Obrigada desde já!
Att,
Rosana
Postar um comentário